Interior

Detetive já tinha mandado matar mulher, mas 1º pistoleiro descumpriu acordo

Delegado diz que Givaldo e Zuleide tinham relação conturbada; arma do crime foi localizada

Helio de Freitas, de Dourados | 23/06/2021 11:04
Givaldo Ferreira Santos no momento em que chegava à delegacia, ontem à noite (Foto: Adilson Domingos)
Givaldo Ferreira Santos no momento em que chegava à delegacia, ontem à noite (Foto: Adilson Domingos)

O detetive particular Givaldo Ferreira Santos, 62, preso ontem (22) em Dourados (a 233 km de Campo Grande) acusado de mandar matar a mulher, a também detetive Zuleide Lourdes Teles da Rocha, 57, planejava o crime há meses. Os dois tinham “relação conturbada”, segundo a investigação policial.

Testemunha ouvida pela polícia revelou que Givaldo já tinha contratado um pistoleiro de fora para cometer o crime. O bandido teria recebido parte do pagamento, mas desistiu de cumprir o contrato.

No sábado (19), o segundo plano de Givaldo foi colocado em prática. Zuleide recebeu ligação de suposta cliente interessada em seus serviços para investigar caso extraconjugal e marcou encontro no Jardim Esplanada, bairro afastado do perímetro urbano.

A autora da ligação foi a mãe de santo Sueli da Silva, 56, orientadora espiritual de Givaldo. No local da emboscada estavam William Ferreira Santos, 25, filho do detetive e enteado de Zuleide, e José Olímpio de Melo Júnior, 32, funcionário de um escritório de contabilidade em Dourados e o responsável em executar a mulher.

Zuleide foi ao local da emboscada acompanhada do sobrinho, de sete anos. Willian ficou com o menino no carro dela, uma picape Montana, enquanto José Olímpio levou a mulher até o mato e a executou com tiro na cabeça.

O corpo foi deixado ali mesmo. Os dois largaram o garoto no contêiner de uma construção próxima e fugiram. A Montana foi abandonada no município de Laguna Carapã.

A arma do crime, um revólver calibre 38, foi encontrada ontem à noite na casa de Sueli, no residencial Dioclécio Artuzi, mesma região do crime. Estava enrolado em um saco plástico e enterrado num monte de areia.

Sueli confessou que o revólver com as munições tinha sido comprado por Givaldo recentemente no Paraguai. Segundo a mãe de santo, após a execução, José Olímpio e Willian lhe entregaram a arma, para que ela escondesse.

Relação conturbada – Em entrevista coletiva hoje cedo, o delegado que investiga o caso, Erasmo Cubas, disse que a execução está elucidada e descartou a hipótese do envolvimento de uma quinta pessoa, como chegou a ser especulado.

Segundo o delegado, o principal motivo de Givaldo para tramar a morte da mulher seria o relacionamento conturbado do casal. “Era questão pessoal dentro do casamento deles e havia também questão patrimonial, Todos os bens da empresa estavam no nome da vítima porque o mandante teria algum problema fiscal que o impedia de ter os bens em seu nome”, afirmou Erasmo Cubas.

O policial informou que até o momento não há indício de pagamento pela morte de Zuleide. “O primeiro atirador que veio a Dourados para tirar a vida da Zuleide recebeu valor mesmo sem ter executado o crime, mas até o momento não há nenhuma informação de pagamento a essas pessoas que executaram o crime”.

Givaldo Ferreira Santos, José Olímpio e Sueli da Silva estão presos na carceragem da 1ª Delegacia de Polícia. Apesar de a morte ter ocorrido sábado, os três foram autuados em flagrante pelo assassinato de Zuleide, pois a polícia estava atrás dos acusados desde o dia do crime.

Willian, o filho de Givaldo, está preso em Jaciara (MT). Ele foi preso por policiais militares quando fugia de ônibus para Cáceres, também no interior mato-grossense, e deve ser trazido para Dourados.

Revólver e caixa de munições encontrados ontem à noite (Foto: Ligado na Notícia)


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