Interior

Depois de decreto por oração, prefeito diz que "mão de Deus" alcançará Ladário

Prefeito é autor do decreto que convoca os moradores para 21 dias de oração contra vírus

Leonardo Rocha | 20/05/2020 13:01
Pastor Elton ao lado do prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares, durante live (Foto: Reprodução - Facebook)
Pastor Elton ao lado do prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares, durante live (Foto: Reprodução - Facebook)

O prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares (PSDB), autor do decreto que convoca os moradores da cidade para 21 dias de oração e também jejum, fez uma live na Igreja Peniel, onde garantiu que a cidade será alcançada pela “mão poderosa” de Deus, mas que a população também deve cumprir as regras e medidas de prevenção contra o coronavírus.

A transmissão ao vivo foi feita ontem (19), da Igreja Peniel, em Ladário, acompanhado pelo pastor Elton. Aos moradores, o prefeito aproveitou o espaço para ler algumas passagens da bíblia, entre elas o Salmo 91 e pediu que a população “busque mais a Deus” e que entregue seus projetos em suas mãos. 

“Ladário possa ser alcançada pela poderosa mão de Deus, mas não deixe também de cumprir as regras e orientações do dia a dia, assim como das leis. Mas se volte também para Deus, porque ele pode ir onde o homem não pode”, descreveu o prefeito, que também é pastor.

Polêmica – Após expedir o decreto na sexta-feira (15), o prefeito recebeu críticas sobre a legalidade do documento, entre elas da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que revelou que vai apresentar uma ação direta de inconstitucionalidade, contra a medida.

O presidente da Ordem, Mansour Elias Karmouche, disse que o decreto é “totalmente inconstitucional”, já que segundo ele, a prefeitura não pode obrigar as pessoas a rezarem ou jejuarem. “Isto não é obrigação do município”. Ainda criticou que "essas invencionices tiram a credibilidade” da realização de medidas de prevenção contra pandemia.

A assessoria informou que o prefeito vai buscar uma reunião com a OAB-MS, para esclarecer que pontos do decreto são considerados inconstitucionais. Ainda ponderou que as orações não são obrigatórias e que o decreto “não ofendeu nenhuma religião”. 

Também citou medidas de prevenção na cidade, como oque de recolher, regras para comércio, academias e feiras livres. Uso obrigatório de máscaras e uma barreira sanitária em parceria com a prefeitura de Corumbá.

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