Interior

Decisão do STF abre caminho para reverter sentença que anulou demarcação

Terra Indígena Guyraroka, em Caarapó teve pedido de revisão da anulação acatado pela Suprema Corte

Lucia Morel | 17/04/2021 18:54
Indígenas da TI Guyraroka em protesto em Brasília no ano de 2018. (Foto: Michelle Calazans/Cimi)
Indígenas da TI Guyraroka em protesto em Brasília no ano de 2018. (Foto: Michelle Calazans/Cimi)

Decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) abre caminho para reverter sentença de 2014 que anulou demarcação da Terra Indígena Guyraroka, em Caarapó, a 272 Km de Campo Grande. 

O caso transitou em julgado em meados de 2016 e em 2018, a comunidade ingressou com a atual ação rescisória, buscando reverter a decisão. Ainda naquele ano, ela foi negada pelo relator, o ministro Luiz Fux que não conheceu a ação e nem sequer abriu processo para analisá-la no mérito.

A comunidade recorreu, apoiada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e é este recurso que, agora, recebeu decisão favorável da Suprema Corte. O julgamento começou em 26 de março e terminou no último dia 7 de abril.

Após o voto-vista do ministro Edson Fachin, o relator, Luiz Fux, reviu sua posição e votou a favor da comunidade. Foi acompanhado por todos os demais ministros e ministras, fechando um placar de onze a zero em favor da demanda Guarani Kaiowá.

“O processo que anulou a demarcação já transitou em julgado, ou seja, já acabou. O que está em jogo agora é essa outra ação, rescisória, cujo objetivo é anular aquele outro processo”, explica Rafael Modesto dos Santos, um dos advogados da TI.

“Se a comunidade ganhar essa ação, aí sim, tudo volta à estaca zero: a portaria declaratória de Guyraroka volta a ser validada, e tanto o processo quanto a decisão que anularam a demarcação se tornam nulos”, sintetiza Rafael.

Com a decisão, o julgamento do mérito da ação rescisória iniciará, com a participação da TI Guyraroka, e tem chances reais de reverter a anulação da terra indígena. A aldeia tem 26 famílias da etnia Guarani e Kaiowá.

Durante a semana do julgamento, dezenas deles estavam em Brasília, fazendo coro em frente ao STF pela aprovação do recurso.

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