De dentro da cadeia, homem comanda sequestro de fazendeiros em MS

Dois dos nove acusados de crime de extorsão mediante sequestro, registrado na manhã do dia 2 deste mês, foram presos por policiais civis de Mato Grosso do Sul. Na ação, os criminosos sequestraram e mantiveram três fazendeiros em cativeiro por mais de 24 horas. A quadrilha era comandada por um preso da Penitenciária Nelson Hungria, localizada em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. As vítimas perderam R$ 93 mil. 

O sequestro foi orquestrado, conforme a polícia, por Breno Henrique Gonçalves de Barcelos,  27 anos, que cumpre pena por tráfico e extorsão. O recrutamento dos integrantes do grupo também foi feito de dentro da penitenciária.

Os sequestradores utilizaram como isca a publicação de anúncio de venda de 150 bezerros em grupos de compra e venda no Facebook. A primeira vítima, um pecuarista de Andradina (SP), foi capturado pelo bando na manhã de sexta-feira (2) por volta das 10h e levado até o cativeiro, localizado na região do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas.

Em seguida, o grupo foi em busca de duas novas vítimas, pecuaristas do município de Água Clara, que viajaram até a cidade interessados nos supostos bezerros (divulgado pela quadrilha) que estavam à venda. Os fazendeiros de Água Clara foram rendidos próximo à entrada de uma propriedade na região estrada “Boiadeira” e foram levados também para o cativeiro em que estava a primeira vítima. No local, os fazendeiros foram ameaçados e obrigados a fazerem transferências bancárias para as contas da quadrilha. No total, foram transferidos aos criminosos R$ 93 mil.

Durante investigação, o delegado responsável pelo caso, Fernando Casati, identificou os envolvidos no crime e representou pela prisão preventiva deles. Até o momento foram identificados 9 membros da associação criminosa, sendo 4 moradores do município de Três Lagoas.

Um dos envolvidos, João Zucherato, 18 anos, foi preso na noite de 7 de agosto. João, segundo a polícia, participou do sequestro e cedeu a casa dele para ser utilizada como cativeiro. Outro envolvido de 23 anos, que não teve o nome divulgado, foi preso 13 dias depois. O restante da quadrilha está com mandado de prisão preventiva decretada.