Interior

“Criança com atitude de homem”, diz irmão de mulher morta com o filho

Corpos de Aline e Davi foram enterrados hoje de manhã, no Cemitério São Vicente de Paula

Helio de Freitas, de Dourados | 06/12/2021 14:40
Casa onde mãe e filho foram mortos; no chão, mancha de sangue do assassino. (Foto: Divulgação)
Casa onde mãe e filho foram mortos; no chão, mancha de sangue do assassino. (Foto: Divulgação)

Foram enterrados na manhã desta segunda-feira (6), no Cemitério São Vicente de Paula, em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), os corpos de Aline Aparecida Perez Gomes, 37, e do filho dela, Davi Luiz Perez Arcanjo, 7.

Os dois foram mortos a tiros pelo marido de Aline e pai do garoto, Maurílio Arcanjo, 62, na madrugada de ontem. O homem tentou tirar a própria vida atirando duas vezes no peito e na barriga, mas sobreviveu e está hospitalizado.

No enterro, o irmão de Aline, Juliano Gomes, falou da lição deixada pelo sobrinho, que teria abraçado a mãe para evitar que ela fosse morta pelo pai.

“A lição que aprendi dessa tragédia familiar é a do menino que pulou na frente da mãe para protegê-la do seu assassino, uma atitude de homem vinda de uma criança, que pagou com a própria vida”. Juliano Gomes é o comandante da GCMFron (Guarda Civil Municipal de Fronteira).

Segundo o perito da Polícia Civil, Aline foi morta com cinco tiros no peito. Davi foi ferido com dois disparos e morreu sobre a mãe. Maurílio recarregou a arma e fez dois disparos contra o próprio corpo. Ele se arrastou do quarto onde cometeu os crimes até a varanda, onde foi encontrado gemendo de dor.

Antes de tentar se matar, o homem mandou áudio pelo WhastApp a amigo, falando que tinha matado a mulher e o filho e iria se matar. “Ô Tião, é o seguinte. Eu acabei de matar a Aline e matei o Davi, daí eu vou me matar. Eu vou deixar o portão aberto e daí você vem aqui tomar as providências cabíveis e chama a polícia, tá bom? Só isso que eu tenho para te avisar, beleza?”.

Maurílio Arcanjo tem antecedentes criminais por porte ilegal de arma de fogo, lesão corporal dolosa e violência doméstica.

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