Interior

Corpo de mulher assassinada por militar na Capital será sepultado em Paranaíba

Militar foi preso nesta segunda-feira (07) e confessou assassinato

Dayene Paz | 08/02/2022 10:52
Natalin Maia, de 22 anos, foi assassinada por marido militar. (Foto: Divulgação / Redes sociais)
Natalin Maia, de 22 anos, foi assassinada por marido militar. (Foto: Divulgação / Redes sociais)

Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, assassinada pelo marido, o militar da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, será velada e sepultada em Paranaíba, cidade onde nasceu. Natalin foi encontrada morta na tarde deste domingo (6), à margem da rodovia BR-060, na saída para Sidrolândia, em Campo Grande. 

Abalada e ainda buscando respostas, a mãe da jovem, a farmacêutica Simone Vilela, explicou que o corpo deve ser liberado na próxima quinta-feira (10). 

Simone não conseguiu seguir para Campo Grande, por causa do bloqueio da BR-163 nesta segunda-feira (07), então o pai de Natalin, que mora em Paranaíba, resolveu os trâmites legais. "Como a estrada estava bloqueada e não dava para sairmos de Sonora, ele mora em Paranaíba e conseguiu ir até Campo Grande resolver os trâmites legais", disse.

Feminicídio - O corpo da jovem foi encontrado no domingo (06), pelo funcionário de uma fazenda, no matagal ao lado da porteira de entrada de uma propriedade rural, no Km 372 da BR-060. Ela não portava documentos e foi identificada depois. 

Momento em que Tamerson Souza deixa Deam pela porta dos fundos e é levado para prisão na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Foi a partir daí que começou a investigação, até os policiais  do GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil chegarem ao suspeito, o marido, Tamerson. Além de ficar nervoso em suas respostas, a filha, de 4 anos, antes que os policiais mencionassem que o corpo havia sido encontrado, teria relatado o que o pai disse à ela que a mãe teria passado mal e morreu no hospital. 

Depois, a criança ainda afirmou que viu o pai guardando o telefone de Natalin em cima do guarda-roupas. Ao verificar o aparelho, os policiais encontraram mensagens de Natalin, supostamente se despedindo. Tamerson acabou confessando o crime e foi levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde foi interrogado.

Na delegacia, o militar alegou que o casal estava junto há seis anos, no entanto, os desentendimentos se intensificaram nas últimas semanas. Na data do crime, sexta-feira (04), em sua versão, Tamerson conta que Natalin chegou em casa por volta das 2h da madrugada, transtornada, sob efeito de álcool e drogas. 

O casal discutiu e então, segundo o militar, Natalin avançou nele. Tamerson não estava dando conta de segurá-la, quando deu um golpe mata-leão na vítima, que desmaiou. No relato na delegacia, o militar disse que ficou desesperado e tentou acordá-la, mas logo percebeu que ela estava morta. 

Casal em foto tirada em Arraial do Cabo (RJ), em janeiro do ano passado. (Foto: Reprodução das redes sociais)

Com medo de ser preso e perder a filha, enrolou o corpo em um lençol e deixou no porta-malas, até o dia seguinte, quando levou a filha na escola. O corpo estava no porta-malas e então Tamerson seguiu para a rodovia. Ele acessou uma estrada de chão, andou mais um pouco e escondeu o corpo no mato. 

Depois, seguiu até a Base Aérea de Campo Grande, onde marcou encontro com uma mulher no site de acompanhante. O militar afirma que não manteve relação sexual e que apenas desabafou sobre seu relacionamento, sem mencionar que havia matado a esposa. 

Por volta das 18 horas, Tamerson buscou a filha na escola e saiu para lanchar com ela. Procurado pelas amigas de Natalin, tentou despistar. Se passou por ela nas redes sociais e utilizando o aparelho da jovem, respondeu mensagens e até mandou uma se despedindo, tudo para evitar que as amigas procurassem a polícia para registrar o desaparecimento. 

Depois, anunciou o celular de Natalin no Facebook por R$ 3 mil e guardou os pertences dela em cima do guarda-roupas. Tamerson Ribeiro foi ouvido na Deam e está à disposição da Justiça, aguardando a audiência de custódia nesta terça-feira (08).

A jovem foi assassinada na madrugada de sexta-feira (4) e antes do depoimento do militar, a investigação do GOI (Grupo de Operações e Investigações) apontava que o cadáver havia sido abandonado na rodovia no domingo. Ou seja, ele teria passado três dias com o cadáver dentro do carro.

Torturada - A possível causa da morte seria asfixia por estrangulamento. Além de estar com uma fratura no braço e o pescoço quebrado, a vítima tinha ferimentos, principalmente nas pernas, parecidas com queimaduras de ponta de cigarro.

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