Interior

Cidade amplia serviços de olho em operários do município vizinho

Aline dos Santos, enviada especial a Selvíria | 13/10/2013 07:00
Casal ampliou hotel e vai investir em pousada em balneário.(Foto: João Garrigó)
Casal ampliou hotel e vai investir em pousada em balneário.(Foto: João Garrigó)

Espremida entre uma vizinha paulista que é a 18ª melhor cidade brasileira para se viver e o município de Mato Grosso do Sul que mais cresce, Selvíria, a 404 km de Campo Grande, investe na ampliação do setor de serviços para fisgar os "meninos da fábrica".

Tendo como limites Ilha Solteira e Três Lagoas, o município virou endereço de boa parcela dos operários que trabalham na construção de fábricas e dos funcionários contratados para manter as plantas em funcionamento.

Recentemente, o hotel Portal do Mato Grosso, que abriu as portas há 12 anos, fez duas ampliações. Segundo a proprietária Márcia Bento, as instalações passaram de 12 para 43 quartos. “Antes, vinha mais vendedor, viajante. Hoje, é só o pessoal da Eldorado”, conta. A fábrica de celulose, que tem 2.500 funcionários, fica nas imediações do município.

A proprietária ainda investiu em câmeras de segurança e ampliou a sala de televisão. O hotel permanece com a lotação em quase 100%. “Tem uma ou duas vagas”, diz. A diária custa R$ 50, valor que é reduzido quando se fecha pacote para um número maior de hóspedes.

Ex-vereador e ex-prefeito, Lourivaldo Alves Cavalcante conta que construiu o hotel pensando que a cidade poderia, um dia, crescer. “Falaram você é louco? Vai fazer hotel em Selvíria para quem?”, recorda. Lourivaldo e Márcia são casados há 17 anos. O próximo passo do casal será uma pousada às margens do rio Paraná.

Nascido no Rio Grande do Norte e morando em Pacaembu, no interior Paulista, Antônio Jakson da Silva, 36, ouviu na rádio sobre a oportunidade de emprego em Mato Grosso do Sul.

 

Município sente reflexos do crescimento da vizinha Três Lagoas. (Foto: João Garrigó)

Depois de morar em Três Lagoas, é um dos hóspedes do hotel. “Tenho roupa lavada, hospedagem, comida, viajo para a minha cidade de 15 em 15 dias, salário certinho. O que posso querer mais”, diz o ajudante florestal, que é funcionário da Eldorado Brasil.

Ainda que em menor escala, bares e restaurantes também sentem o reflexo do trabalho de quem vem de fora. Para agradar o novo público, a maioria dos barzinhos tem Jukebox, a máquina de música. “Não foi aquelas coisas, porque muitos vão para a Ilha, mas melhorou”, afirma a comerciante Ângela Marisa de Jesus, 50.

No Cara Legal bar e tabacaria, os líderes de venda são cigarro, dose de pinga a R$ 1 e anzol. Segundo a própria comerciante, o nome do estabelecimento é jogada de marketing. Seu esposo já é folclórico por tocar o bar de forma bem particular.

“Não deixa ter música alta. Dá 19h ele fala que vai fechar, manda as pessoas para casa e não vende mais pinga se o cliente estiver bêbado”, conta Ângela Marisa.

Ângela conta que cigarro, pinga e anzol lideram vendas. (Foto: João Garrigó).
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