Interior

Centenas pedem demissão da Usina Naviraí

Paulo Fernandes | 01/08/2011 21:08

Empresa teve que pagar R$ 1,4 milhão em verbas rescisórias.

Trabalhadores voltaram para Minas Gerais e estados do Nordeste (Foto: MPT/divulgação)
Trabalhadores voltaram para Minas Gerais e estados do Nordeste (Foto: MPT/divulgação)
Pediram demissão, 438 trabalhadores da Usina Naviraí (Foto: MPT/divulgação)

Com intermédio do MPT (Ministério Público do Trabalho), 438 trabalhadores da Usina Naviraí tiveram os contratos de trabalho rescindidos na sexta-feira, na sede do Cooperclube, e 365 retornaram para as suas cidades de origem. A informação foi divulgada hoje pela assessoria de comunicação do MPT.

Segundo o procurador Jeferson Pereira, o clima era de “intenso descontentamento” entre os trabalhadores, receosos de receberem menos que o devido, em razão do cálculo da média da produção.

Primeiro, os trabalhadores foram trazidos em dez ônibus fretados pela empresa para sede do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), em Campo Grande, para receberem as guias do seguro-desemprego.

Com essas guias, os trabalhadores garantiram o benefício, independentemente do tempo de serviço prestado à usina.

De Campo Grande, os ônibus com os trabalhadores seguiram para Minas Gerais e estados da região Nordeste.

As rescisões foram feitas após a descoberta que 800 trabalhadores (542 de Minas Gerais e de estados do Nordeste e 285 indígenas) estavam em situação degradante na Usina Naviraí.

Em assembleia realizada no alojamento da Usina, na semana passada, 438 trabalhadores decidiram rescindir o contrato de trabalho - após receberem a informação de que teriam as despesas de transporte e alimentação pagas pela Usina, assim como todas as verbas rescisórias, como se fossem dispensados sem justa causa. Desse montante, 73 são indígenas e permaneceram em Mato Grosso do Sul.

A usina teve que desembolsar R$ 1,4 milhão para pagamento das verbas rescisórias e, aproximadamente, R$ 100 mil com transporte.

Para os trabalhadores que ficaram na Usina Naviraí, a empresa terá que pagar um abono de R$ 500 no final da safra, conforme pactuado com o sindicato.

Ainda conforme o MPT, a empresa também se comprometeu a dar preferência à admissão de trabalhadores da região e indígenas para substituir os trabalhadores dispensados.

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