Interior

Casal acusa hospital pela morte da filha mesmo mãe tendo doença contagiosa

Luciana Brazil | 13/12/2013 11:39
Jovem de 17 anos lega que fez pré-natal e nada foi observado. (Foto: Edicarlos Oliveira de Porto Murtinho/ Facebook)
Jovem de 17 anos lega que fez pré-natal e nada foi observado. (Foto: Edicarlos Oliveira de Porto Murtinho/ Facebook)

Um casal, uma adolescente de 17 anos e um engenheiro civil de 63 anos, acusa o Hospital Municipal Oscar Ramires Pereira de Porto Murtinho, a 431 km de Campo Grande, pelo falecimento da filha que nasceu morta na madrugada de quarta-feira (11). O hospital garantiu na manhã de hoje (13) que a falta de cuidados com a saúde da adolescente teria causado a morte do bebê.

Para o pai da criança, João Fagundes Martins, durante o parto, que foi normal, a criança teria sofrido algum trauma e acabou morrendo.

A diretora do hospital, Calizânia Britos, salientou que o parto foi feito em condições adequadas e todos os cuidados com a mãe e o bebê foram tomados.

“Não posso dizer o que causou a morte da criança, porque são coisas confidenciais. Mas a mãe não teve cuidados durante a gravidez.Coisas que poderiam ser evitadas com o pré-natal não foram feitas”, explicou a diretora do hospital Calizânia Britos.

O pai do bebê alega que a esposa acompanhou a gravidez como é indicado e não havia motivos para o desfecho trágico. A adolescente teria dito ao companheiro que não havia médico na hora do parto e enfermeiras teriam ficado “apertando a barriga” dela.

Ele contou que a esposa entrou em trabalho de parto por volta de 1h30 de quarta-feira e foi levada para o hospital pelo Corpo de Bombeiros.

“Eles apertaram tanto que deve ter acontecido alguma coisa. O hospital não quis falar nada sobre a morte. Teve uma enfermeira que me disse até que a criança já estava morta ha 48 horas. Isso não existe, o bebê estava mexendo, ela teve contração, a criança se mexeu para sair”, afirma João.

Doença - Apesar de o hospital não divulgar a causa da morte, a própria adolescente confirmou, por telefone, que na Certidão de Óbito consta “Sepsemia Sífilis” como causa da morte da criança.

A sepsemia ou septicimia é uma infecção generalizada grave do organismo, quando a corrente sanguínea é contaminada com bactérias. Já a Sífilis é uma doença infecto-contagiosa, transmitida pela via sexual, podendo ser transmitida ao feto durante a gestação.

“Mas eu fiz exames de sangue e urina e se eu tivesse esse negócio tinha que aparecer”, disse a adolescente.

Morando em Dourados, no dia do parto a mãe estava em Porto Murtinho, onde vive a família; e o pai estava a caminho de Campo Grande.

“Alguém vai ter que se responsabilizar por isso. Ela está chocada. Ela foi tratada como uma mulher qualquer. Era o primeiro filho dela”, disse João.

A diretora da unidade disse que irá registrar Boletim de Ocorrênica contra veiculações feitas no Facebook. "É muito fácil falar, mas eles tem que provar que a culpa é do hospital. Nós entregamos ao pai o laudo de um exame que é a "ponta do iceberg". A partir disso, ele pode saber tudo que aconteceu", disparou.

 

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