Interior

Audiência debate hoje instalação de usina de energia na região do Pantanal

Termoelétrica quer investir R$ 887 milhões e gerar 2 mil empregos

Elci Holsback | 01/12/2016 13:55
Município foi escolhido pela proximidade do gasoduto boliviano, afirma prefeitura (Foto: Diário Corumbaense)
Município foi escolhido pela proximidade do gasoduto boliviano, afirma prefeitura (Foto: Diário Corumbaense)

A instação de uma termoelétrica, usina geradora de energia, no pantanal sul-mato-grossense será tema de audiência pública às 19h de hoje. O projeto prevê investir R$ 887 milhões e gerar cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos durante a construção em Ladário - distante 419 Km de Campo Grande.

A reunião de hoje é realizada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e o objetivo é apresentar para a população os impactos do empreendimento. O projeto da UTE Fronteira (Usina Termoelétrica Fronteira) já foi apresentado às autoridades municipais e tem gerado dúvidas.

"Há uma série de questionamentos que levaremos aos responsáveis pela UTE, principalmente quanto aos impactos ambientais, como a carga de poluição, o consumo de água e o despejo de resíduos, principalmente pela localização de Ladário na região do Pantanal", comenta o prefeito, José Antônio Assad e Faria (PT).

O município que tem 23 mil habitantes e arrecadação anual de R$ 55 milhões, pode ser diretamente impactado pela instalação da usina. Já que durante as obras, a cidade receberá trabalhadores de outras regiões, o que afeta setores como habitação e saúde. Para a prefeitura, parte desse impacto pode ser absorvido por Corumbá, município fronteiriço com Ladário.

"A estrutura da cidade será alterada, mas a chegada da UTE influenciará diretamente também em Corumbá, que tem capacidade para absorver parte do impacto e também pode ser beneficiada com o retorno positivo. Nossa certeza é d que haverá uma mudança imensa na arrecadação da cidade, com aumento  considerável do valor agregado", avalia Faria, que diz ainda que a prefeitura ainda não realizou estudo para avaliar em quantos milhões o empreendimento pode alterar a arrecadação de Ladário.

De acordo com o projeto, a UTE vai operar com gás natural através de turbina equipada com dispositivos para redução da emissão de gás atmosférico e não há previsão de uso de outro tipo de combustível.

Localizada na zona rural de Ladário, no quilômetro 516 da BR-262, a UTE Fronteira estima capacidade produtiva de 266 kv, suficiente para abastecer município com cerca de 800 mil habitantes. A escolha do município, segundo o prefeito, ocorreu por meio de leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). "Ladário foi vista como uma cidade com potencial para o empreendimento, principalmente devido a proximidade com o gasoduto da Bolívia", relata Faria. 

A reunião desta noite acontece no Clube Marisco, à partir das 19h e é aberta à população.

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