Interior

Aposentado jogado em lago da pedreira foi morto por bandidos do PCC

Orivaldo Martins da Silva foi atraído por mulher com quem tinha um caso; ela também namorava membro de facção criminosa

Helio de Freitas, de Dourados | 28/11/2018 09:43
Jackson Araújo, Jaqueline Padilha e Élvis Tavares, presos por latrocínio contra aposentado (Foto: Divulgação)
Jackson Araújo, Jaqueline Padilha e Élvis Tavares, presos por latrocínio contra aposentado (Foto: Divulgação)

Vítima de latrocínio, o aposentado Orivaldo Martins da Silva, 61, encontrado morto no dia 8 deste mês no lago da pedreira, em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, foi assassinado por se envolver com a mulher de um bandido da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Golpeado na cabeça com um pedaço de pau, Orivaldo foi jogado ainda vivo no lago, localizado na margem da MS-379, que liga a BR-463 ao município de Laguna Carapã. O crime ocorreu no dia 4 de setembro, mas o corpo só foi localizado quatro dias depois.

A mulher com quem Orivaldo tinha um caso, Jaqueline da Silva Padilha, 30, o namorado dela, Jackson Ávalo de Araújo, o “Alquimista”, e o parceiro de Jackson no crime, Elvis Luciano Tavares, 20, estão presos.

Dez dias após assassinarem o aposentado para ficar com o dinheiro da aposentadoria e o carro de Orivaldo, um Corsa, Jackson e Elvis participaram do assassinato de Josivan Alves de Lima, 37, vítima do “tribunal do crime”, como são chamados os julgamentos macabros praticados pela facção criminosa.

Os dois foram presos no dia 16 deste mês juntamente com outros dois bandidos que participaram da morte de Josivan. Quando investigava a morte no “tribunal do crime”, o SIG descobriu que os dois também mataram o aposentado. Jaqueline está presa há dez dias, segundo o delegado Rodolfo Daltro. A Justiça decretou a prisão preventiva dos três criminosos.

A morte do aposentado – De acordo com o delegado, as investigações identificaram que um dia antes do desaparecimento, Orivaldo havia sacado a aposentadoria, roubada pelos bandidos junto com o carro do aposentado.

A polícia descobriu que Orivaldo mantinha relacionamento com Jaqueline, dona de vários antecedentes criminais. Paralelo ao relacionamento com Orivaldo, ela namorava Jackson Araújo, vulgo, considerado pela polícia de extrema periculosidade.

“Jaqueline, Jackson e Elvis armaram uma emboscada para Orivaldo, visando subtrair a aposentadoria por ele recebida e o automóvel a ele pertencente. As diligências demonstraram que o crime também foi motivado por ciúme de Jackson”, explicou Rodolfo Daltro.

Como “prova de amor”, Jackson pediu que Jaqueline atraísse o aposentado até o local onde ele foi dominado. “Tinha sido combinado de Jaqueline desferir pauladas contra a cabeça de Orivaldo, o que ela não conseguiu por em prática”, disse Rodolfo Daltro.

Jackson confessou o crime e contou ter rendido o aposentado junto com Elvis assim que a vítima chegou de carro acompanhado da mulher. No momento, Jackon estava armado com um revólver calibre 38, segundo ele pertencente ao PCC.

O bandido contou que ao chegarem ao lago da pedreira, Jaqueline não conseguiu cumprir o acordo de matar o aposentado. Ele então pegou o pedaço de pau e desferiu golpes na nuca de Orivaldo.

Jackson contou que o aposentado foi jogado ainda com vida no lago. Ele e Elvis dividiram o dinheiro roubado da vítima e também o valor obtido com a venda do carro no Paraguai.

“Com essas prisões, o SIG de Dourados elucidou 100% dos latrocínios ocorridos em 2018 e fez a prisão de todos os autores”, afirmou o delegado Rodolfo Daltro.

Bombeiros resgatam corpo de aposentado no lago da pedreira, no dia 8 de setembro (Foto: Adilson Domingos)
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