Interior

Após ser solto, professor acusado de pedofilia desabafa sobre os dias de prisão

Ítalo Milhomem | 19/07/2011 11:09
Professor foi preso em março após denúncia de esposa. (Foto: Osvaldo Duarte)
Professor foi preso em março após denúncia de esposa. (Foto: Osvaldo Duarte)

Após 40 dias de prisão no presídio Harry Amorim Costa, em Dourados, o professor André Luis de Oliveira, acusado de pedofilia pela ex-mulher, foi solto ontem (18) e deu entrevista para imprensa douradense sobre como será o recomeço de sua vida.

André Luis é acusado de molestar a enteada, de 12 anos, com gravações de vídeos e fotografias, que eram armazenados em um notebook da família.

No escritório de seu advogado, ele contou que viveu nesses dias em um espaço de 3 metros por 8 metros, que era dividido com um médico, e um advogado, que também estava preso acusado de pedofilia.

No último mês preso, ele trabalhou na área da Saúde da penitenciária. Para ocupar a mente, ele leu 50 livros de diversos temas, incluindo o velho testamento da bíblia. Ele conta que viveu momentos de tensão, medo e angustia por conta da falta de informações sobre os filhos.

“Minha maior preocupação eram meus filhos. Queria saber como eles estavam. Meu filho fez quatro anos e eu não estava perto dele”, declara o professor.

Liberto, o professor afirma que é inocente e que a Justiça será feita.

“É difícil acordar e ver que a sua vida está completamente despedaçada. Meu pesadelo esta acabando, a verdade e a Justiça estão começando a aparecer. Estou com muita força para recomeçar”, ressaltou.

Antes da prisão o professor ressaltou que trabalhava muito, cerca de 16h por dia. Com aulas divididas em duas escolas particulares e em uma do Estado, em três turnos do dia. Aos finais de semana também coordenava um curso pré-vestibular, em uma universidade de Dourados.

“É difícil ter tantas ocupações e de repente ver tudo sendo tirado de você. Na prisão aprendi a ter paciência, a valorizar o pouco que tenho e as coisas simples da vida. Um café já me deixava contente”, detalhou.

André afirmou que não quis fugir e que antes da prisão foi a Ribeirão Preto (SP), conversar seus familiares, explicar a polêmica sobre o caso.

“Voltei por que não devo nada e não tenho o que esconder. Não sou de fugir. O bom é que recebi o apoio incondicional da minha família”, explica.

Agora solto, o professor disse que irá aproveitar as férias escolares para reorganizar sua vida financeira, já que sua ex-mulher teria ficado com todos seus cartões de banco e depois ir ao um médico ver sua saúde.

“Depois disso devo procurar um médico para ver como anda a minha saúde e também procurar os meus patrões. Quero ver se consigo minha ‘vida’ de volta”, concluiu o professor.

O advogado do professor, Maurício Nogueira Rasslan, informou que no último dia 13, entrou com um pedido de Habeas Corpus no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), para o trancamento da ação penal alegando irregularidades no inquérito policial. O pedido será analisado pelo desembargador Carlos Eduardo Contar.

Mesmo fora da prisão, André terá algumas restrições. Não poderá manter contato por telefone ou internet ou se aproximar de sua ex-mulher e de sua ex-enteada. Ele também não poderá freqüentar bares e casas noturnas e no período noturno e nos dias de folgas não poderá sair de casa. O acusado também deverá comparecer mensalmente em juízo e só sair de Dourados mediante autorização judicial.

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