Interior

Após estupro de caloura, UFGD promete punir autores de trote violento

Em nota de esclarecimento, universidade disse que acompanha investigação e colocou ouvidoria à disposição para denúncias

Helio de Freitas, de Dourados | 20/03/2018 16:14
Reitoria da UFGD prometeu abrir sindicância para apurar envolvimento de alunos em trote com estupro (Foto: Divulgação)
Reitoria da UFGD prometeu abrir sindicância para apurar envolvimento de alunos em trote com estupro (Foto: Divulgação)

A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) promete punir estudantes da instituição envolvidos no trote que terminou com uma caloura de 17 anos estuprada e em coma alcoólico, ontem (19) em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. Em nota divulgada nesta terça-feira, a universidade afirmou que adotará “todas as medidas administrativas cabíveis”, inclusive abertura de um processo administrativo disciplinar para acompanhar o caso.

Moradora em Nova Andradina, a adolescente, caloura da área de engenharia, participou do trote que incluía pedir dinheiro em semáforos de Dourados na manhã de ontem. Depois o grupo foi para uma festa open bar Avenida Indaiá.

À tarde, a mãe da adolescente foi informada por funcionários do Hospital da Vida que a estudante estava internada em coma alcoólico. A mãe veio para Dourados e após ficar sabendo que a filha também tinha sofrido abuso sexual ela procurou a polícia.

O Campo Grande News apurou que a adolescente chegou ao hospital com roupas masculinas. Antes de encaminhá-la para o hospital, veteranos que organizavam a festa a levaram até uma república, para que as roupas sujas da menina fossem trocadas.

“Estamos acompanhando o caso junto à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e nos colocamos à disposição da segurança pública para auxiliar nas investigações, ressaltando que cabe à delegacia a investigação criminal”, afirma a UFGD.

A universidade também disponibilizou seu serviço de ouvidoria para receber informações e denúncias sobre trotes violentos e disse que mantém o setor de atendimento psicológico para atender tanto a vítima quanto seus familiares.

“Já está confirmada uma agenda da equipe da UFGD com a delegada para mais esclarecimentos dos fatos nesta quarta-feira. A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis já acionou a Polícia Militar para ações mais efetivas contra o trote, considerado crime nas instâncias federal, conforme portaria nº 083, de 7 de março de 2007, e estadual, por meio da Lei Estadual nº 2.929, de 9 de dezembro de 2004”, afirma a nota da UFGD.

A universidade informou que vai aproveitar as atividades de recepção aos calouros, amanhã e quinta-feira, para abordar temas como violência, assédio e estupro entre os acadêmicos que estão chegando à instituição. “sabendo das consequências danosas junto à comunidade acadêmica, repudiamos toda e qualquer ação de trote”.

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