Cidades

Instrutores de trânsito da Capital ameaçam greve

Redação | 20/01/2010 11:08

O SINDIF/MS (Sindicato dos Instrutores e Funcionários de Centro de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul) organiza uma Assembléia Geral Extraordinária com os profissionais de Campo Grande para a próxima sexta-feira, dia 22 de janeiro, para discutir a situação salarial da categoria.

De acordo com Paulo Benites, presidente do SINDIF/MS, o piso salarial de um instrutor de trânsito categoria A/B (carro e moto) hoje é de R$625, 12. No entanto, sempre houve entre as duas classes um "acordo verbal" que define o piso com um valor comissionado aos profissionais - proveniente de aulas extras assim como das premiações do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), por atingir o índice de aulas - que chega a aproximadamente R$ 1.600,00.

Na semana passada, segundo Benites, o SINDCFC/MS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de trânsito) teria comunicado aos agentes de trânsito que, a partir de janeiro, os Centros de Formação irão pagar somente o piso salarial, o que para os profissionais é tido como irrisório, já que a redução é avaliada em mais de 50%.

"Nossa proposta sempre foi a de registrar na Carteira de Trabalho o que de fato recebemos já que é um acordo. O documento, que na verdade é uma denúncia, de número 050, que solicita isso foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho em 2008, mas infelizmente arquivado por falta de provas quanto a esse 'extra' que ganhamos", explica Benites.

O presidente do o SINDCFC/MS, Wagner Roberto Prado, informou ao CampoGrandenews que o Sindicato dos Centros não divulgou a aprovação dessa redução salarial. Além disso, a questão refere-se a casos isolados.

"Algumas empresas podem estar adotando a medida de não pagar hora-extra aos profissionais ou até mesmo em reduzir a carga horária de trabalho por motivos diversos, como pouca procura de aulas ou maior número de conclusões de processos condutores. De qualquer forma o profissional deve resolver isso com a empresa", afirma Prado.

O presidente explica ainda que o Sindicato não tem como interferir nesse caso já que se trata de hora-extra e não do piso salarial.

Na Assembléia Geral os Centros de Formação que aprovam a redução do salário comissionado serão registrados em Ata e o documento deve ser encaminhado ao Sindicato Patronal, Detran e Ministério do Trabalho.

A reunião também discutirá uma possível greve dos instrutores, caso não haja uma negociação entre as classes.

Paulo Benites explica que a proposta da redução pode estar relacionada a formação recente de 200 instrutores pelo Detran que aceitariam iniciar a carreira apenas com o piso salarial.

Por enquanto a greve deve iniciar somente entre os profissionais de Campo Grande, que atualmente são 1.500 trabalhadores. A paralisação deve ser extendida aos instrutores do interior do estado.

Estão registrados em Mato Grosso do Sul 3.500 agentes de trânsito.

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