Cidades

Idoso morreu de frio porque teimou em dormir em calçada de bar

Evelyn Souza e Bruno Chaves | 24/07/2013 18:22
Neto do aposentado explica que levou o avô vivo para o posto de saúde. (Cleber Gellio)
Neto do aposentado explica que levou o avô vivo para o posto de saúde. (Cleber Gellio)

“Era como se fosse uma criança, não gostava de ser contrariado”. A frase é de Carlos da Conceição, 49 anos, filho do idoso que morreu de hipotermia na manhã dessa quarta-feira (24), no posto de saúde do bairro Universitário, na Capital.

Luiz Virgílio da Silva, 73 anos foi encaminhado para o hospital ainda com vida, após passar a madrugada mais fria do ano, dormindo na calçada de um bar, no bairro Rita Vieira.

“Chegamos a pedir para que ele tomasse um banho e fosse deitar. Mas ele não gostava de ser contrariado, era teimoso. Saiu e foi para um bar perto de casa, onde costumava ir todos os dias”, diz o filho que conta ainda, que o pai costumava dormir na casa de um amigo, por isso, não estranhou o fato dele não ter voltado para casa.

Ainda segundo familiares, o aposentado discutiu com a proprietária do bar por volta das 19h30 porque não queria que o estabelecimento fechasse. Depois disso, deitou e dormiu na calçada.

“A dona ainda acordou de madrugada e foi lá chamar ele. Pediu para que ele fosse dormir em casa porque estava muito frio, mas ele não foi”, diz a nora, Iracema da Conceição, 47 anos.

A família só foi chamada por volta das 9h de hoje, quando uma vizinha que estava indo trabalhar viu o idoso caído no bar. Segundo o neto, Júnior da Conceição, o aposentado que estava agasalhado, foi encaminhado com vida para o posto de saúde, mas não resistiu e morreu por volta das 10h.

O idoso era viciado em bebidas e chegou a ficar um dia inteiro desacordado no posto de saúde, no ano passado. A vítima morava com o filho, nora e neto. 

O velório do aposentado está sendo na capela da Pax Mundial, na Avenida Ernesto Geisel. O sepultamento está previsto para as 10h desta quinta-feira (25), no cemitério Santo Amaro, na Capital.

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