Cidades

Hospital Nosso Lar pode fechar 40 leitos para dependentes químicos

Wendell Reis | 28/03/2012 12:24

Hospital não está conseguindo atender os pacientes com o recurso repassado pelo SUS

Diretoria do hospital alega déficit de R$ 130 mil ao mês e ameaça fechar leitos
Diretoria do hospital alega déficit de R$ 130 mil ao mês e ameaça fechar leitos

A diretora-técnica do Hospital Nosso Lar, mantido pelo Centro Espírita Discípulos de Jesus, pode fechar 40 leitos de psiquiatria que atendem exclusivamente pacientes com dependência química. A situação preocupante foi levada pela diretora-técnica do Hospital Nosso Lar, Ana Carolina Ametlla Guimarães, aos deputados na sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (28).

Ana Carolina explica que o hospital recebe um repasse mensal de R$ 209 mil do SUS (Sistema Único de Saúde), para atender 160 leitos, sendo 40 destinados aos pacientes com dependência química. Destes pacientes, 50% são de Campo Grande e outros 50% do interior do Estado.

Com a grande demanda e o pouco recurso, o hospital acumula um déficit de R$ 130 mil ao mês. A diretora explica que com o repasse, mal o hospital consegue oferecer alimentação. Ela entende que o fechamento dos leitos é um retrocesso, mas não vê outra saída, tendo em vista que deseja oferecer um bom atendimento.

Segundo a diretora, o repasse atual é de R$ 43 por paciente, quando o necessário seria R$ 81. A preocupação é maior por conta do aumento da dependência no Estado. Ana Carolina teme que o impacto seja negativo para o Estado, com consequências na segurança pública, assistência social e educação.

Os deputados da Comissão de Saúde e Seguridade Social da Casa estão tentando resolver o problema. Na segunda-feira (26) eles visitaram o hospital e prometeram concentrar esforços para buscar convênios como Governo do Estado, prefeituras e a Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul). Segundo Lauro Davi (PSB), os deputados pretendem continuar a gestão para que o assunto seja resolvido de forma definitiva.

A deputada Mara Caseiro (PTdoB) defendeu um envolvimento maior da bancada federal. Ela entende que a política nacional de enfrentamento às drogas não atende o Estado, excluindo os órgãos públicos que oferecem tratamento aos dependentes químicos.

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