Cidades

Greve geral garante 2ª 'semana do saco cheio’ para 400 mil estudantes

Protesto contra o governo Temer amanhã será o primeiro dia do ‘feriadão’ para alunos e também para funcionários públicos

Anahi Zurutuza | 10/11/2016 19:13
Salas de aula ficarão vazias amanhã e por mais quatro dias (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Salas de aula ficarão vazias amanhã e por mais quatro dias (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Corredores vazios, cenário que deve se repetir nos próximos cinco dias na UFMS em Campo Grande e no interior (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

A contar desta sexta-feira (10), ao menos 400 mil estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior de instituições públicas de Mato Grosso do Sul terão mais um “feriadão” prolongado. Por conta da “greve geral” de trabalhadores brasileiros contra atos do presidente Michel Temer (PMDB), a maior parte dos professores e funcionários das escolas municipais e estaduais, e também das universidades, cruzarão os braços.

O Governo do Estado, a Prefeitura de Campo Grande e a maior parte das repartições públicas federais decretaram ponto facultativo na segunda-feira (14) por causa do feriado da Proclamação da República na terça (15).

Portanto, alunos e os próprios professores só voltam para as salas de aula na quarta-feira (16). Servidores que aderiram ao movimento também ganham o “feriadão”.

Os 101 mil estudantes da Reme (Rede Municipal de Ensino) e 270 mil da rede estadual terão a segunda semana do “saco cheio” do ano. Na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) são 15 mil de folga, na Uems, 7 mil e na UFGD, mais 6 mil.

A primeira 'semana do saco cheio' do ano foi entre os dias 8 e 16 de outubro. Período em houve dois feriados (11 e 12) em dias úteis.

Assembleia dos docentes da UFMS que decidiu pela paralisação (Foto: Carol Caco/Adufms)

Manifestação – Na manhã desta sexta-feira, haverá um ato na Praça do Rádio Clube, no Centro da cidade, que reunirá trabalhadores e estudantes.

A mobilização é nacional e contra terceirizações no setor público, o projeto “Escola Sem Partido”, também conhecido como “Lei da Mordaça”, a PEC 55 – que trata do teto dos gastos públicos –, os projetos de lei número 257 – que rege sobre a renegociação das dívidas dos Estados e Distrito Federal com a União –, o 4567 – altera regras para a exploração de petróleo e gás natural do pré-sal –, as reformas da Previdência e do Ensino Médio, a flexibilização do contrato de trabalho e em defesa da lei do piso.

No Estado, o movimento é organizado pela CUT (Central Única de Trabalhadores), Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Adufms (Associação dos Docentes da Universidades Federal de Mato Grosso do Sul), Sista-MS ( Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ), Aduems (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), dentre outros sindicatos.

Professores e técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e bancários também confirmaram participação a mobilização.

Em carta encaminhada aos senadores de Mato Grosso do Sul, os sindicatos cobram apoio contra as medidas encaminhadas pelo governo Temer ao Congresso. “Conclamamos os senadores de Mato Grosso do Sul a defenderem a educação pública e os direitos sociais e trabalhistas conquistados de forma democrática, votando contra a PEC 55”, afirma o documento.

De acordo com os manifestantes, a PEC 55, que tramita no Senado – era PEC 241 na Câmara dos Deputados –, indica redução ainda maior dos investimentos no serviço público, especialmente na educação e saúde, por 20 anos.

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