Cidades

Golpe teve investimento individual de até meio milhão de reais, segundo PF

Vítima é um homem de Santa Catarina e entrou em contato com delegado por meio do telefone

Guilherme Henri | 27/11/2017 17:23
Delegado de Polícia Federal Guilherme Guimarães Farias (Foto: Paulo Francis)
Delegado de Polícia Federal Guilherme Guimarães Farias (Foto: Paulo Francis)

A Polícia Federal identificou “investidor” entre as 25 mil vítimas que diz ter aplicado R$ 500 mil no golpe milionário investigado pela operação Ouro de Ofir, realizada na semana passada. A vítima é um homem morador de Santa Catarina, que não teve a identidade revelada pela polícia. Se aplicado na poupança, o investimento mais conservador, o valor renderia ao investidor R$ 2,5 mil por mês. Repassado ao grupo, o montante se transformou no maior prejuízo identificado pelos investigadores até agora.

Pessoas de todas as partes do Brasil, conforme a PF, caíram no que seria o famoso “conto do vigário”, de Celso Éder Gonzaga de Araújo, preso na semana passada junto com Anderson Flores e Sidney Anjos Peró. As vítimas investiram “cotas” no valor mínimo de R$ 1 mil com a promessa de que em troca receberiam mais de R$ 1 milhão cada, por lucros vindos da exploração de uma mina da época do império.

Segundo a reportagem apurou, nomes de pessoas conhecidas eram citados como investidores para atrair mais vítimas.
 

Celso Éder Gonzaga de Araújo (Foto: Revista Al.so)
Celso Éder no estacionamento da PF escondendo algemas com casaco (Foto: Marcos Ermínio)

Para muitos a história soa absurda, contudo, segundo o delegado de Polícia Federal Guilherme Guimarães Farias, o que mais assusta é que pessoas continuam crédulas que da noite para o dia serão milionárias.

“A batalha é muito grande, pois as manobras de tentar dar credibilidade ao golpe continuam. O problema, é que alimentam a esperança de pessoas que deixam de denunciar”, diz o delegado sobre as poucas vítimas que procuraram a PF.

Sobre o investidor de meio milhão, Guilherme revela que a vítima entrou em contato por meio do telefone onde se comprometeu a enviar documentos que comprovam a aplicação milionária.

Depoimento – Assim como as vítimas, o que parece é que os próprios investigados também acreditam na história mirabolante. “Em depoimento todos afirmam que tudo é verdade, mas ao entrar em detalhes eles desconversam e sempre dizem que possuem documentos que fundamentam tudo. O problema é que estes papéis nunca são apresentados”, diz o delegado.

Empresa de Celso Éder alvo de operação Ouro de Ofir (Foto: Guilherme Henri)

Celso Éder, Anderson Flores e Sidney Anjos Peró – apontados como “cabeças” do esquema - continuam presos no Presídio de Trânsito da Capital. Eles tiveram a prisão temporária convertida em preventiva.

A operação chamada de "Ouro de Ofir" foi desencadeada na última terça-feira (21) entre PF e Receita Federal. 

Denúncia - Já está disponível no site da Polícia Federal o formulário que vítimas do golpe milionário investigado na Operação Ouro de Ofir. A corporação também orienta que as pessoas façam boletim de ocorrência na Polícia Civil da sua cidade.

O formulário deve ser preenchido e entregue, com firma reconhecida em cartório, na Superintendência Regional da PF em Campo Grande, pessoalmente ou pelos Correios, aos cuidados do delegado federal Guilherme Guimarães Farias.

O endereço da sede da PF na Capital é: rua Fernando Luiz Fernandes, 322, Vila Sobrinho, Campo Grande/MS, CEP 79.110-503.

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