Cidades

Gaeco investiga Boca do Povo após denúncia de extorsão

Redação | 22/06/2010 07:17

Três dias depois de apreender computadores no jornal "Boca do Povo", o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) informou, por meio da assessoria de imprensa do MPE (Ministério Público Estadual), que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos para investigar denúncia de extorsão. A ação foi batizada de Operação Sushi, pois a primeira denúncia partiu do dono de um restaurante de comida japonesa.

Segundo o Gaeco, há suspeita de terem formado uma quadrilha destinada a extorquir pessoas em troca de não publicação de matérias jornalísticas que comprometam honra e imagem de pessoas ou empresas.

A investigação teve início em 19 de abril de 2010, a partir das declarações de uma vítima que foi forçada a contratar os serviços do jornal, sob pena de ser publicada matéria fantasiosa que comprometeria a imagem de sua empresa. O nome do denunciante não foi informado pelo MPE.

No decorrer da próxima semana deverão ser ouvidas vítimas e testemunhas das extorsões praticadas pelos investigados.

A busca se destinou a colher documentos e outros subsídios que confirmassem as declarações de vítimas e testemunhas do procedimento investigatório criminal.

Para o proprietário do "Boca do Povo", Benedito de Paula Filho, a apreensão de sete computadores da redação do seu jornal teve motivação política.

No último sábado, em entrevista ao Campo Grande News, ele afirmou que a polícia grampeou seus telefones há cerca de 90 dias e que o problema todo começou depois que seu jornal publicou reportagem envolvendo o deputado federal Antônio Cruz (PP).

A assessoria de Antônio Cruz informou que ele move ação por calúnia e difamação na Justiça contra o dono do jornal Boca do Povo, mas que o parlamentar não tem relação com a apreensão dos computadores. (A matéria foi editada às 10h35 para acréscimo de informação).

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