Cidades

Funcionários de empresa de vidros denunciam exploração

Redação | 05/12/2009 19:11

Funcionários de uma fábrica de vidros temperados, localizada na saída para São Paulo, em Campo Grande, procuraram o MPT (Ministério Público do Trabalho) para denunciar a exploração de jornada de trabalho.

Os cerca de 90 trabalhadores alegam que a diretoria extrapola na jornada. Além de trabalhar diariamente, de segunda a sexta-feira, agora os funcionários também deverão trabalhar aos sábados.

Isso, de acordo com os trabalhadores, pode resultar em estresse, além de contribuir para que os números de acidentes cresçam. Recentemente, dois funcionários da empresa morreram em consequência do excesso da jornada de trabalho, conforme alegam alguns empregados.

No dia 14 de fevereiro deste ano, o funcionário Denner Mendes Dias, 23 anos, morreu depois de excessiva jornada de trabalho. Os amigos relatam que ele não suportou segurar o peso de algumas lâminas de vidro e acabou sendo prensado, morrendo na hora.

"Antes que tenhamos novas vítimas como nosso amigo Denner, esperamos que as autoridades tomem providências para que essa exploração seja freada imediatamente", comentou um dos funcionários que pediu para não ser identificado, já que automaticamente seria demitido.

Segundo ele, o MPT pediu para que a denúncia fosse levada ao sindicato de sua categoria. Ela deverá ser protocolada na próxima segunda-feira (7).

Os funcionários da fábrica de vidros querem que a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego os ajude, fiscalizando o local de trabalho e conversando com os funcionários. "Precisamos urgentemente de ajuda", diz o funcionário.

Eles informaram que a empresa teria feito um compromisso de criar três turnos de trabalho. Ocorre que apenas dois grupos estão cobrindo os três turnos, sobrecarregando a todos de segunda a sábado.

O primeiro turno, segundo eles, funciona, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30, com intervalo de apenas 45 minutos para almoço e o outro turno entra meia noite e 7h30, sem intervalo. Essas mesmas turmas são obrigadas a trabalhar também aos sábados das 7h30 às 17h30.

Os avisos sobre esses turnos, segundo os funcionários, estão espalhados por toda a empresa e quem falta aos sábados perde a remuneração do domingo de descanso e ainda um sacolão de alimentos no valor de R$ 75.

Os trabalhadores levaram o caso também à Força Sindical em Mato Grosso do Sul. O vice-presidente da entidade, Estevão Rocha dos Santos, disse que a central vai investigar o assunto e encaminhar ao sindicato que representa a categoria. (Com informações da assessoria da Força Sindical).

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