Cidades

Funasa rebate acusação do Cimi sobre omissão em aldeias

Redação | 21/12/2009 18:13

A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) encaminhou hoje, nota à imprensa, rebatendo recentes acusações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), em que o vice-presidente do órgão, Roberto Antonio Liebgott, acusa a fundação de negar atendimento à saúde de indígenas no estado.

Conforme a Funasa, Liegbott classifica o presidente da fundação, Danilo Forte, como uma "espécie de porta voz da polícia genocida" do governo federal em relação aos indígenas em Mato Grosso do Sul.

Por esse motivo, a Funasa esclarece que o vice-presidente do Cimi tem deturpado as declarações de Danilo Forte, principalmente sobre a assistência à saúde prestada pela instituição aos Guarani-Kaiowá da comunidade Kurusú Ambá, em Coronel Sapucaia.

A nota explica que Danilo Forte, em nenhum momento, declarou que a Funasa não poderia prestar atendimento à saúde dos indígenas. Ele apenas disse que os investimentos só podem ser feitos pelo órgão em aldeias legalizadas e não em áreas de conflitos ou em litígio.

Ainda segundo a Funasa, o envio das equipes de saúde somente é adiado quando existe risco de morte para os próprios técnicos de saúde, como é o caso da região mencionada, marcada por conflitos armados e cujo acesso é difícil até para as polícias Federal e Militar, além da própria Funai (Fundação Nacional do Índio).

Por causa disso, é que a Funasa repassou a orientação para que os indígenas procurem a aldeia Taquapery, onde há um posto de saúde próximo à área de litígio, a cerca de 8 quilômetros, com infraestrutura para esse atendimento.

Mortalidade Infantil - Sobre a mortalidade infantil, a exemplo doque aconteceu na sexta-feira (18), em que uma menina de dois anos morreu em decorrência de desnutrição no local, a fundação ressalta que o coeficiente de morte de crianças nas aldeias do estado caiu de 52,79 mortes por 1.000 nascidos vivos, em 2005, para 30,7/1.000 óbitos registrados no ano passado; uma queda de 42,47%.

Ainda sobre as questões dos indígenas da comunidade Kurusú Ambá, a Funasa esclarece que em reunião realizada no dia 10 de dezembro, em Ponta Porã, com representantes da Procuradoria da República, Funai e Polícia Federal sobre a situação dos indígenas acampados em Coronel Sapucaia, ficou determinado que o Ministério Público entraria em contato com a Funasa com o objetivo de prover medicamentos para garantir a saúde dos indígenas que se encontram na fazenda Nossa Senhora Auxiliadora. Até o momento essa notificação não foi feita.

Em nova reunião realizada no dia 15 de dezembro, com os representantes das mesmas instituições sobre o mesmo tema, o procurador da República Luiz Claudio Consentino expôs as dificuldades de se prestar auxilio aos indígenas doentes ou aos que necessitam de algum tipo de apoio da Funasa e de outras entidades públicas.

Para ele, os índios deveriam retornar às aldeias de origem, para que as entidades possam prestar a assistência necessária e garantir o seu bem-estar.

Na opinião da Funasa, o Cimi faz críticas, principalmente às mortes de índios, mas sem a especificação correta e oportuna de que muitas delas ocorrem por brigas, acidentes e suicídios e não por falta de assistência à saúde.

Sempre que foi chamado para realizar trabalhos conjuntos com a Funasa, o Cimi se recusou, de acordo com a Funasa. "Isso é lamentável para o órgão, que insiste na estratégia equivocada de tentar politizar a questão da assistência à saúde indígena, em vez de unir forças com instituições que tentam enfrentar os difíceis problemas relacionados com o tema", rebate a nota.

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