Cidades

Filho vende até janelas de casa para comprar drogas

Redação | 09/09/2009 17:04

Depois de ver móveis "desaparecerem" e a casa começar a ser destruída, o pai de um jovem de 24 anos acabou registrando boletim de ocorrência contra o próprio filho.

No Jardim Panorama, o servidor federal construiu uma casa e emprestou para o rapaz viver até arrumar um emprego. Mas a dependência química transformou o início de uma vida nova em drama familiar, história produzida com frequência entre usuários de droga.

A cada visita, o pai percebia que algo havia desaparecido, até que a fiação, portas e janelas também foram retiradas pelo filho, para comprar pasta base e maconha.

Os vizinhos acompanham o drama e confirmam a versão do proprietário, mas não se identificam com medo de represálias.

Um deles, no entanto, conta que foi surpreendido nesta semana com o rapaz derrubando "tudo com marteladas". A Polícia foi chamada, mas 5 horas depois da ligação, ninguém havia aparecido para conter o rapaz que conseguiu arrancar as últimas janelas que ainda estavam na construção.

Segundo o pai, o jovem vendeu até 40 metros de fio de energia elétrica e 180 tijolos de oito furos (que seriam usados para construir a parede da área da frente). O último "feito" do rapaz foi descoberto na última segunda-feira, quando o pai descobriu que ele havia quebrado paredes para retirar as janelas que ainda resistiam.

O próprio filho revela que as brigas são constantes. Em uma das vezes, ele diz que o pai ficou revoltado com o sumiço da carteira de um amigo. Dias depois, o jovem devolveu a carteira e sem constrangimento explicou que gastou o dinheiro com roupas e comida.

O rapaz admite que vendeu duas janelas da casa e os fios de energia por R$ 100, mas ataca o pai.

A casa de quatro peças tem aspecto de construção inacabada, com o reboco ainda por fazer e sem piso, imagem piorada a partir da ação do morador. "Quebrei a parede usando uma barra de ferro", conta.

Sem as telhas que deveriam cobrir o quarto, morar na casa já não tem sentido para o jovem que diz estar de partida para São Paulo. "Vou na cara e na coragem. Quem sabe consigo algo por lá". Em Campo Grande, ele trabalha como vendedor ambulante de abacaxi. Em São Paulo não tem idéia em que vai trabalhar.

O pai não concedeu entrevista e os nomes são preservados por respeito à família.

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