Cidades

Fetems anuncia na Assembleia manifestação com 10 mil trabalhadores amanhã

Francisco Júnior e Fabiano Arruda | 14/03/2012 13:00

Botareli falou da mobilização nacional dos professores e apresentou a reivindicação da categoria

O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botareli Cesar, anunciou hoje na Assembleia Legislativa, que a entidade irá realizar uma passeata com 10 mil trabalhadores nesta quinta-feira (15), em Campo Grande.

A manifestação está marcar para acontecer às 8 horas. O ponto de concentração será a Praça do Rádio Clube Cidade.

A sessão da Assembleia foi interrompida para o discurso de Botareli. Durante 10 minutos, ele falou da mobilização nacional dos professores e apresentou a reivindicação da categoria.

Segundo o sindicalista, a maioria dos Estados cumpre a lei do piso salarial, porém poucos cumprem o artigo 4 da lei , que prevê à destinação de um terço da jornada de trabalho para o planejamento das aulas, entre eles está Mato Grosso do Sul.

De acordo com Botareli, como o STF (Supremo Tribunal Federal), ao decidir sobre a lei do piso salarial, não determinou a obrigatoriedade sobre a questão das horas para o planejamento das aulas, fica a cargo de cada Estado e município cumpri-lá ou não. “O professor chega a ter 500 alunos. Ele tem família e vai ter que corrigir de 500 a 600 provas. Com destinação de um terço de aula, ele vai corrigir as provas e fazer o planejamento de aula”, explicou relatando que para que o artigo sela cumprido de forma completa será necessária a inclusão de uma súmula vinculante a lei.

O sindicalista informou que no Estado apenas 14 cidades destinam parte da carga horária para os professores fazerem o planejamento das aulas: Paranaíba, Naviraí, Água Clara, Sidrolândia, Antonio João, Coronel Sapucaia, Aquidauana, Brasilândia, São Gabriel do Oeste, Inocência, Três Lagoas, Miranda, Camapuã e Sete Quedas. Um evento amanhã na sede da Federação irá homenagear esses municípios.

O governador André Puccinelli (PMDB) já declarou publicamente que não vai cumprir, pois isso causaria um prejuízo ao Estado, já que seria necessário a contratação de 4 mil professores.

O presidente da Fetems rebateu dizendo que a entidade tem um estudo que aponta que seriam necessários 1,5 mil profissionais.

Botareli informou ainda que vai marcar para amanhã uma reunião com o relator do processo do caso no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para derrubar a justificativa do Governo. O mérito, segundo ele, deve ser julgado entre os meses de abril e maio.

O sindicalista disse que as negociações com governo foram encerradas por falta de avanço.

Nesta quarta-feira, primeiro dia de paralisação nacional das escolas, o movimento teve cerca de 80% de adesão no Estado.

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