Cidades

Farmacêuticos fazem ato público por melhores salários

Redação | 24/04/2010 11:06

Um grupo de 30 farmacêuticos participou na manhã deste sábado de protesto na avenida Afonso Pena, em frente à Praça Ary Coelho, para reivindicar melhores salários para a categoria. O ato é o primeiro desde que o Sinfar/MS (Sindicato dos Farmacêuticos de Mato Grosso do Sul) decretou estado de greve a partir do dia 19 de abril.

A classe solicita criação de 3 pisos salariais de acordo com a carga horária. Para quem trabalha 8 horas, o salário deve ser R$ 1.700. Já quem atua por 6 horas na farmácia, o valor é de R$ 1.500. E para os farmacêuticos que trabalham com carga de 4 horas diárias, o salário solicitado é de R$ 1.300.

"Hoje um farmacêutico formado ganha R$ 926, mais três reais por hora trabalhada, que dá no final do mês R$ 1.586. Consideramos muito pouco para uma família sobreviver em uma cidade como Campo Grande. O nosso piso salarial é um dos mais baixos do Brasil", denuncia Luiz Gonçalves Mendes Júnior, presidente do Sinfar/MS.

Nova resolução - Luiz acrescenta que muitas farmácias não obedecem a normativa RDC 44 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que obriga as farmácias a manterem um farmacêutico no período de funcionamento. "Se uma farmácia funciona 24 horas, precisaria de três farmacêuticos se revezando e não é o que acontece. Muitas vezes quem atende o cidadão é um funcionário que não instrução para atuar com medicamentos", afirma o presidente.

A situação das farmácias tem sofrido alterações após entrada em vigor de resolução que proíbe a comercialização de produtos alheios no local, como refrigerantes e sorvetes. Segundo a farmacêutica Fabiana Nogueira, o risco de deixar os medicamentos à mostra, que passou a ser proibido com a nova resolução, é da própria população.

"Uma pessoa que esteja com dengue pode pegar uma aspirina na prateleira e tomar sem orientação, podendo vir a óbito. O trabalho do farmacêutico é orientar sobre a dosagem, horário de tomar o remédio, confirmar com o médico se a fórmula para aquele caso é correta. Não é simplesmente tirar do balcão e passar no caixa", diz a profissional.

O Sinfar/MS conta com aproximadamente 500 farmacêuticos sindicalizados. Neste ato de protesto foram disponibilizados para população a aferição de pressão arterial e teste de glicemia. Na próxima semana o sindicato pretende realização ação de doação de sangue no Hemosul.

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