Cidades

Famílias são despejadas de área no bairro Montevidéu

Redação | 09/11/2009 11:24

Dez famílias que ocupavam a área da fazenda Botas, localizada no bairro Montevidéu, em Campo Grande, foram retiradas nesta manhã em cumprimento à reintegração de posse concedida pelo juiz Geraldo de Almeida Santiago.

A ação foi acompanhado por 18 policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais). O grupo entrou no terreno, na região onde será construído o Shopping Iguatemi.

Dentre os invasores, uma das famílias é de Izolita Nunes Barcelos, de 51 anos, que morava no local há dez dias, com três filhos e três netos. Ela reclama que vive apenas com a renda mensal de um salário mínimo e não sabe para onde ir. "Não sei o que vai ser agora", disse aos prantos, ao ver o barraco de lona ao chão.

Izolita conta que esperava uma ajuda da prefeitura, para conseguir um novo lar para a família. "Ele (prefeito) teve aqui na quinta-feira e prometeu ajudar com uma casa. Pediu que fizéssemos uma lista com 10 nomes e entregasse para um funcionário que esteve no outro dia aqui, mas ele se negou assinar o papel que fizemos".

Há um ano, Izolita veio de Rio Verde de Mato Grosso para Campo Grande em busca de trabalho e facilidades para o tratamento médico de dois filhos, um cadeirante e outro com problemas mentais. Mas segundo ela, a família só tem encontrado dificuldades. "Essa cidade é cruel", desabafa.

Agora o desafio da família e outros 9 moradores e conseguir um novo local para morar. Alguns moram em casas alugadas, mas também estão em processo de despejo por falta de pagamento.

Como o caso de Antonio Marcos Korzniwccki, de 37 anos. Ele conta que mora em um barroco de favor no bairro Monte Castelo e há duas semanas se instalou com a mulher e duas crianças na área. "Não temos onde ficar. Só Deus sabe o que vai ser agora".

O pedreiro José Pedro Lopes, de 36 anos, carregava o que sobrou do barraco nas costas. O aluguel de R$ 280 mensal, previsto pelo pedreito, deixará a renda da família ainda mais apertada. "Ganho em média 600 a 700 por mês. Fica bem arrochado".

Depois do despejo, as famílias colheram no local assinaturas para tentarem um processo que lhes concedam o direito a uma casa.

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