Cidades

Famílias que têm parentes no Japão agora temem riscos da radioatividade

Marta Ferreira | 17/03/2011 17:22

Depois do terremoto e do tsunami, das cenas de destruição, estragos que se seguiram, da dificuldade de comunicação e das incertezas quanto ao futuro no Japão, as famílias de Mato Grosso do Sul agora vivem uma nova preocupação com seus parentes: o medo dos efeitos da radioatividade, por causa dos danos na usina de Fukushima.

Esse tem sido o maior motivo das ligações que a Associação Nipo Brasileira de Mato Grosso do Sul tem recebido nos últimos dias. “São famílias que querem trazer de volta quem está lá a todo custo”, afirma o presidente da entidade, Bernardo Tibana.

“Nós ficamos vendo as notícias pela TV e preocupados”, exemplifica a professora aposentada Elisa Katsue, 74 anos. Dois filhos dela, dois netos, os genros estão em Hasamatsu, cidade industrial que, “felizmente”, como diz a professora, fica distante da usina.

Elisa diz que a filha quer muito vir para o Brasil, mas no momento está com dificuldades financeiras, pois houve corte nas horas trabalhadas pelo marido em uma fábrica de automóveis após a catástrofe natural e as economias que tinha estão sendo usadas para a família se manter.

Histórias assim têm sido constantes nos contatos feitos com a Associação. Nos últimos dias, foram pelo menos dez contatos de famílias com esse intuito.

Tibana disse que a entidade, neste sentido, pode fazer pouco. Segundo ele, foram feitos contatos com o consulado do Japão, em São Paulo, e o órgão informou que não tem como trazer os brasileiros e que cada um deverá se mobilizar por si próprio.

Nem os recursos da campanha de doação que está em curso devem ter essa destinação. Os valores serão todos encaminhados à Cruz Vermelha internacional para a compra de itens básicos para a população japonesa, que tem dificuldades até para encontrar água.

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