Cidades

Famílias ganham prazo para deixar casas na Carlota

Redação | 03/09/2009 17:40

A Justiça começou a citar as 107 famílias atingidas pelas obras de urbanização do Córrego Cabaça, que prevê a implantação de via marginal entre a Rua Spipe Calarge e a Avenida Costa e Silva, na saída para São Paulo.

Citadas pela Justiça nesta quinta-feira, as famílias ficaram apreensivas com a possível chegada das equipes para limpar as áreas e revoltadas com o valor da indenização. O total a ser pago pelo município é de R$ 3,882 milhões, mas o valor ainda será analisado por perito judicial e poderá ser contestado pelos proprietários de imóveis.

A posse à prefeitura foi dada pelo juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública, José Ale Ahmad Netto. Além de moradores de classe média, que residem há décadas no local, a desapropriação judicial atinge empresários, como os donos da TV Morena e do Grupo Copagaz, Ueze Elias Zahran.

Apreensão - Segundo o funileiro José Carlos Ferreira da Silva, 46 anos, ele terá 50 dos 380 metros quadrados da casa e da oficina mecânica destruídos pela desapropriação. Ele será obrigado a desocupar a sala de estar e a varanda, que serão destruídos.

Ele considera pouco a indenização de R$ 5,4 mil pela área a ser demolida para a obra de urbanização do Córrego Cabaça. "Deviam chamar a gente para conversar, citar oficialmente, não ficar só falando", ressaltou o morador, que reclamou da comunicação feita hoje por um suposto oficial de Justiça.

Décadas - Sidnei Quintino Pereira, 37, contou que a sua família, que reside no local há 30 anos, receberá R$ 96 mil para desocupar o terreno. Eles moram em duas casas, com seis e cinco cômodos no Jardim Paulista. "O valor é muito pouco", contou, destacando que um terreno na região custa de R$ 60 mil a R$ 70 mil.

Pereira afirmou que a sua mãe, Quitéria Ferreira Pereira, deveria receber, no mínimo, R$ 150 mil para construir uma casa do mesmo tamanho do imóvel atual. Sua família está muito apreensiva com o risco de despejo, já que um suposto funcionário do Poder Judiciário os comunicou de que terão 10 dias para deixar as residências.

A obra - Os imóveis desapropriados ficam nos bairros Paranaense, Vila Ieda, Progresso, TV Morena, Carlota, Morumbi e Jardim Paulista. A prefeitura pretende construir via marginal nos dois lados do córrego e um parque linear.

A obra faz parte do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e custará R$ 6,1 milhões. O município alegou que a urbanização irá beneficiar 14,2 mil famílias. Outras 29 famílias fizeram acordo amigável com a prefeitura e já tiveram a indenização paga.

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