Cidades

Falta de medicamento põe em risco vida de transplantados

Redação | 05/08/2009 15:14

A falta de um medicamento usado contra a rejeição tem colocado em risco a vida de renais transplantados. Na Casa da Saúde, em Campo Grande, onde o remédio é distribuído, a informação aos pacientes é de que o Micofenolato Mofetil está em falta.

Para a aposentada Maura Jorge da Silva, de 52 anos, a ausência de, inclusive, previsão para a chegada do medicamento é preocupante. Ela conta que toma quatro comprimidos ao dia, e o que tinha como reserva deve durar apenas mais uma semana.

"Não sei como vou fazer depois", desabafa. Ela conta que o remédio não esta disponível para compra em farmácias dificulta ainda mais a situação.

Além disso, ela afirma que cada caixa custa mais de R$ 1 mil e é importada do exterior. "Aposentada e com um salário mínimo, como é que eu vou conseguir pagar por isso?", questiona.

Além de ser usuária do medicamento, Maura é diretora da Recromasul (Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Mato Grosso do Sul) e acompanha o drama de quem depende do remédio para sobreviver.

"A maioria dos renais transplantados toma esse remédio", afirma. Segundo a diretora, quatro outros medicamentos podem ser usados para evitar a rejeição do órgão.

Entretanto, alguns pacientes possuem restrições quanto ao uso desses 'substitutos'. Quem toma Micofenolato mofetil, da marca Cellcept, o faz porque o organismo sofre com os efeitos colaterais dos outros tipos de remédios usados contra a rejeição.

A mãe de um paciente, que não quis se identificar, disse que ao buscar o remédio na Casa da Saúde foi informada de que o atraso na chegada ocorreu por conta do laboratório que fornece a medicação. O prazo dado foi o desta quinta-feira para a chegada.

A estudante Sandra da Silva Anastácio, de 28 anos, também está na expectativa de que o remédio chegue amanhã. Ela conta que no mês passado não conseguiu pegar o remédio, e por isso emprestou alguns da Recromassul.

"Se eu não tomar o meu organismo rejeita o órgão que eu tenho transplantado", afirma.

A reportagem procurou a Casa da Saúde para explicar o motivo da falta do remédio, entretanto não localizou nenhum responsável para esclarecer o caso.

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