Economia

Fábrica da Petrobras em Três Lagoas completa dois anos parada

Alberto Dias | 11/12/2016 10:42
As obras começaram em fevereiro de 2013 e movimentaram a economia de Três Lagoas. (Foto: arquivo)
As obras começaram em fevereiro de 2013 e movimentaram a economia de Três Lagoas. (Foto: arquivo)

O que era para ser a maior fábrica de fertilizantes do Brasil, é hoje uma grande obra parada e aparentemente sem destino. Com cerca de 80% concluída e R$ 3 bilhões investidos pela Petrobras, a UFN-III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) completa dois anos sem avanços. Os mais de cinco mil trabalhadores que movimentaram a economia de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, estão reduzidos a uma pequena equipe de manutenção.

Para completar o cenário pouco otimista, a Petrobras decidiu, em seu Plano Estratégico, focar apenas no setor de petróleo, e deixar aos poucos as atividades relacionadas a gás natural e fertilizantes. Conforme nota divulgada em outubro, o objetivo é vender ativos até 2018, porém, a companhia não detalha quais empreendimentos entrarão no pacote. Tudo isso em busca de “recuperar a solidez financeira” e reduzir sua dívida que ultrapassa R$ 300 milhões.

A inauguração, prevista para setembro de 2014, ficou para trás, sem remarcações. Em 10 de dezembro daquele mesmo ano, a Petrobras rescindiu contrato com o Consórcio formado pelas empresas Galvão Engenharia e a Sinopec Petroleum, alegando descumprimento de cláusulas. Até então, a obra iniciada em fevereiro de 2013 foi marcada por protestos de funcionários que alegavam o não pagamento de salários.

Em julho deste ano, o governador Reinado Azambuja (PSDB) reuniu-se com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, para cobrar providências. Na ocasião, a estatal garantiu que concluiria a obra - promessa feita em outras reuniões ao longo dos últimos dois anos. Houve ainda a especulação sobre parceiros chineses e até bolivianos para concluir a obra, o que também não ocorreu. Sem a fábrica concluída, o Brasil continua importado parte do fertilizante consumido no país.

Nos siga no