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Erros que provocaram tragédia do Edifício Joelma ainda podem se repetir

Da Redação | 10/06/2016 07:20
Edifício Joelma - Foto Divulgação
Edifício Joelma - Foto Divulgação

No ano de 1974 ocorreu um incêndio no Edifício Joelma em São Paulo e até hoje o caso é caracterizado como uma das maiores tragédias na história mundial, que resultou na morte de 188 pessoas e mais de 300 feridos. O Edifício possuía 21 andares e foi completamente consumido pelo fogo, que iniciou-se por curto circuito em um aparelho de ar condicionado no 12˚ andar e se propagou em uma velocidade impressionante, que em 25 minutos já consumia o 20˚ andar.

Para entender as causas dessa ocorrência e fazer um paralelo com os edifícios de elevadas alturas atuais, que em Campo Grande chegam a mais de 30 andares, consultamos o Engenheiro Mario Borges, especialista na área de engenharia de incêndio que fez as seguintes considerações:

Uma das maiores preocupações nos projetos de segurança contra incêndio de edifícios é calcular e garantir que as pessoas tenham saídas de emergências seguras e suficientes e, no caso especifico do Edifício Joelma, a escada não possuía porta corta fogo, o que acabou se tornando um duto de propagação do fogo e de fumaça impedindo que as pessoas pudessem sair do edifício. A escada localizada no centro do edifício, sem ventilação externa, também foi um fator contribuinte.

Edifício Joelma - Foto Divulgação

Outros fatores que contribuíram foram as distâncias inadequadas entre as janelas na fachada, uso de materiais de construção inadequados como forros contínuos e em material combustível e a alta carga de incêndio pelo excesso de móveis e divisórias em madeira, cortinas em tecido, tapetes sintéticos, etc.

Uma curiosidade é que a perícia realizada posteriormente detectou que os extintores do pavimento de inicio do incêndio não haviam sido utilizados. Também se constatou que os hidrantes não foram utilizados porque o registro da rede estava fechado, demonstrando a importância de uma brigada de incêndio treinada.

Após essa ocorrência a legislação foi modernizada e os edifícios atuais possuem escadas projetadas para resistirem a 2 horas de fogo, o que permite a saída segura dos usuários e o acesso dos bombeiros para o combate ao incêndio e resgate.

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