Cidades

Empresa de celulose questiona duto da Petrobras no MS

Redação | 22/09/2010 07:47

A Fibria, maior empresa de celulose e papel do País, questionou os dutos que a Petrobras planeja instalar para sua futura fábrica de fertilizantes em Três Lagoas. A Petrobras tem 60 dias para conseguir a autorização da Fibria ou propor outra solução.

Durante audiência pública para a apresentação do EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente), na última quinta feira, a Fibria apresentou vários questionamentos às ações da Petrobras.

As duas empresas serão "vizinhas" em Três Lagoas e a Fibria contesta o planejamento dos dutos, que passarão pelo subsolo da empresa de celulose.

A Fibria afirma que não deu à Petrobras anuência para a colocação dos dutos.

O Imasul (Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul) garante que qualquer autorização, durante a concessão do EIA/Rima, para entrada em terreno de terceiros deve ser apresentada ao Instituto.

"Quando a Petrobras iniciou os estudos de impacto ambiental percebeu que poderia construir um duto que levaria a água dos efluentes da estação de tratamento, na Petrobras, para o Rio Paraná. Entretanto, a área que foi doada à Petrobras não tem acesso direto ao rio", explica Délia Francisca Villamayor Javorka, responsável pelo Imasul em Três Lagoas.

De acordo com ela, a Petrobras tinha duas opções: usar uma fazenda vizinha ou passar pela área da Fibria. "A Petrobras conversou com a Fibria, mas não houve tempo hábil para a conversa progredir".

O estudo de impacto ambiental teria todas as alternativas, inclusivas aquelas usando a área da Fibria. "Na audiência pública, a Fibria fez um manifesto afirmando que não tinha dado anuência e que precisava de mais dados", disse Délia.

Em nota, a Fibria confirmou a falta da anuência.

"Em audiência pública da fábrica de fertilizantes nitrogenados da Petrobras, realizada no dia 16 de setembro, a Fibria esclareceu que não concedeu anuência à proposta de passagem de dutos de efluentes da Petrobras por áreas de reserva ambiental e de plantios comerciais de eucalipto sob a sua responsabilidade", disse a empresa.

A Fibria, então, colocou-se à disposição para avaliar, em conjunto com a Petrobras, "uma alternativa tecnicamente viável, ambientalmente segura, do interesse de ambas as companhias e da comunidade de Três Lagoas".

Segundo a responsável pelo Imasul em Três Lagoas, o órgão ambiental sul-matogrossense vai formalizar um Ofício de Pendência e, a partir de então, a Petrobras terá até 60 dias para que a anuência da Fibria ou uma alternativa seja apresentada.

A Fibria possui uma unidade produtora de 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano em Três Lagoas, inaugurada no início de 2009. Já a fábrica da Petrobras deverá produzir 81 mil toneladas de amônia e 1,21 milhão de toneladas de ureia por ano a partir de 2014.

Fibria - Formada a partir da fusão de Aracruz e Votorantim Celulose e Papel, consolidada e oficializada em 1 de Setembro de 2009.

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