Cidades

Em nota, pais apoiam escola que adotou livro polêmico

Redação | 25/02/2010 09:24

Os pais de alunos da escola CNEC (Campanha Nacional das Escolas da Comunidade) decidiram que os estudantes vão continuar tendo contato com o livro Dia 4, escrito pelo adolescente Vithor Torres, de 16 anos,que é aluno da escola, e que foi apontado como inadequado pela família de uma aluna de 10 anos. Após se reunirem ontem à noite, além de reiterr a decisão, decidiram divulgar uma nota foi defendendo a escola e a escolha do livro como parte do projeto "Conversando com o Autor".

No texto, os pais reiteraram a confiança na proposta pedagógica da escola e repudiam a forma precipitada e distorcida como o assunto foi divulgado. Há, entre eles, uma preocupação de resgatar a imagem da escola e evitar prejuízos com o episódio.

A polêmica se instalou quando a tia de uma das alunas procurou a imprensa para reclamar da adoção do livro, alegando que ele contém palavrões e conceitos preconceituosos. O nome dela está sendo preservado pelo Campo Grande News para não expor a criança.

A publicação conta a história de uma viagem de ônibus feita pelo adolescente, em que ele entra em contato com uma realidade até então desconhecida.

A queixa provocou duas reuniões entre pais, do turno da manhã e da tarde, e nas duas, após ouvir a explicação sobre o projeto, eles decidiram manter o livro como parte do projeto. .

Na nota divulgada hoje, os pais explicam porque continuam apoiando a escola e o projeto. Dizem que a ideia da adoção do livro escrito pelo adolescente que o projeto prevê a leitura do livro em sala de aula, sob a supervisão dos professores de língua portuguesa e que, "em nenhum momento a equipe pedagógica propõe uma leitura irresponsável, solta e descontextualizada".

Ainda conforme a avaliação dos pais que assinam a nota, a linguagem do texto do autor flui naturalmente, e em alguns momentos, ele extravasa sua frustração diante dos problemas pelos quais está passando e os que vão surgindo durante uma longa e cansativa viagem. Nesse ponto, cita a nota, registram-se alguns xingamentos ou palavras vulgares no texto, "que em nenhum momento incentivam os leitores a usá-las e nem representam qualquer intenção de ofender".

Defesa- Entre os pais, alguns mudaram de opinião quando conheceram o projeto. Foi o caso da jornalista Maristela Yule, mãe de uma aluna da escola. Ela disse que, de início, ao saber do caso pela imprensa, sua primeira reação foi contrária à escola.

Após ouvir as explicações, a postura mudou. "Fiquei envergonhada de um dia ter duvidado da escola". A filha de Maristela está no sexto ano e estuda na escola há 8 anos, desde a Educação Infantil.

A avaliação da jornalista é de que o único erro da escola foi não ter convocado os pais quando foi feita a reclamação, porque teriam se antecipado na defesa da escola.

No sábado está marcada uma nova reunião, quando todos os pais vão discutir o encaminhamento do projeto "Conhecendo o Autor" e as adequações a serem realizadas diante da polêmica criada. A apresentação já estaria previamente marcada.

Sobre a discussão central em torno do livro, a presença dos palavrões, Maristela é taxativa: "Minha filha não fala palavrão, e isso não vai mudar, tenho certeza".

Ela diz que o contato das crianças com os palavrões é diário, mas dessa vez vão ter o apoio e a orientação do professor sobre o que certo e o que é errado.

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