Cidades

Audiência sobre "Escola sem Partido" começa em clima de tensão

Na Câmara Municipal, é realizada audiência para discutir a proposta

Osvaldo Júnior e Anahi Gurgel | 19/10/2017 15:08
Educadores protestam na Câmara dos Vereadores (Foto: Marina Pacheco)
Educadores protestam na Câmara dos Vereadores (Foto: Marina Pacheco)

Com cartazes, faixas, palavras de ordem e uso de mordaças, educadores protestam na Câmara Municipal de Campo Grande contra o projeto “Escola sem Partido”. No local, é realizada, na tarde desta quinta-feira (19), audiência para discutir a proposta. O clima é tenso e foi chamado reforço policial.

A audiência foi promovida pelos deputados Mara Caseiro (PSDB), Coronel David (PSC), Paulo Siufi (PMDB), Lídio Lopes (PEN) e Maurício Picarelli (PSDB), autores do projeto. Foram convidados representantes nacionais do programa, entre eles um dos fundadores, o o advogado Miguel Nagib.

Os professores, contrários à proposta, por entenderem que ela funciona como censura ao debate de questões importantes no ambiente escolar, protestam. Palavras de ordem como “Retirem o projeto!” e “Sabemos os nossos deveres!” são clamadas, em coro, pelos educadores.

Alguns professores também protestam com uso de mordaças. Nos cartazes, há frases como “Queremos uma escola libertadora” e “Contra a lei da mordaça”.

Mara Caseiro usou o microfone para fazer o contra-ataque (Foto: Marina Pacheco)

A deputada Mara Caseiro partiu ao contra-ataque, usando o microfone. “É uma pena que nossos filhos sejam educados por esse tipo de gente”, esbravejou a parlamentar, em referência aos professores.

Há também manifestantes, em menor número, favoráveis ao projeto. Em um dos cartazes desse grupo, está escrito: "Meus filhos, minhas regras".

Inconstitucional – Entre os deputados, Pedro Kemp (PT) se destaca nas críticas à proposta. "Tenho uma posição formada, que se trata de um projeto inconstitucional, com decisão do STF (Supremo Tribunal Federal)", afirmou.

O parlamentar disse, ainda, que vai apresentar na semana que vem, parecer contrário ao projeto, na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), no qual é relator. Se os colegas de comissão seguirem o voto, a matéria pode ser arquivada. No entanto se houver discordância, segue para votação no plenário.

Professores usam mordaça como forma de protesto (Foto: Marina Pacheco)
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