Cidades

Em busca de refúgio, haitianos passeiam por Campo Grande

Redação | 21/03/2010 11:10

Mona e Benide, jovens refugiadas do Haiti, percorreram a América Central e quatro países da América do Sul antes de desembarcarem em Campo Grande. Tímidas, elas visitaram neste domingo o shopping, compraram novas roupas e conheceram um pouco da cidade que poderão adotar nos próximos dias. Uma aventura que nem de longe se parece com a epopéia enfrentada pelas duas.

Elas fazem parte do grupo 14 haitianos que entraram ilegalmente no Brasil, pela fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia. Todos foram presos na quarta e quinta-feira da semana passada por agentes da Polícia Rodoviária Federal. Ontem entraram com o primeiro pedido de refúgio no Ministério da Justiça.

Elas ainda não se acostumaram com a presença de repórteres. Com dificuldades de comunicação, falaram que desejam permanecer em Campo Grande. Quanto ao passeio, comentam apenas que é a segunda vez que saem pela Capital. Ser o centro das atenções incomoda mais que o fato de terem de encarar uma nova cultura.

O passeio e a compra das roupas é uma iniciativa do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul e da ONG Psicólogos Sem Fronteiras, que vão bancar os custos.

"Durante a abordagem percebemos o quanto eles precisavam de ajuda. Tinham apenas algumas trouxinhas de roupas. Isso comoveu os policiais. Ajuda-los é uma forma de mostrar que estamos sensibilizados", explica Marcos Khadur Rosa Pires, presidente do Sindicato.

"Ajuda-los é uma forma de termos mais experiência quando formos à nossa missão no Haiti. Nada acontece por acaso. Dar suporte à eles é uma forma de exercitarmos nossa função e conhecer mais como são, vivem e esperam os haitianos", afirma Getúlio Gideão, coordenador do Psicólogos Sem Fronteiras.

O coordenador da ONG garante que a situação é mais cômoda. "Estamos intermediando os passos deles. Ainda se sentem deslocados por verem rostos novos todos os dias, mas já demonstram mais segurança.

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