Cidades

Em Bonito, servidoras são presas suspeitas de cobrar consulta do SUS

Wendell Reis | 08/03/2012 10:10

Prefeito nega irregularidades e critica atuação da Polícia Civil

Servidoras manifestam contra prisão, alegando que funcionárias cumprem ordens(Foto: Arquivo Pessoal)
Servidoras manifestam contra prisão, alegando que funcionárias cumprem ordens(Foto: Arquivo Pessoal)

Três funcionárias da Prefeitura Municipal de Bonito estão detidas desde ontem (7) pela Polícia Civil suspeitas de cobrar por atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde). O delegado responsável, Roberto Gurgel Filho, não falou sobre o caso que, segundo ele, está em segredo de Justiça.

Já o prefeito, José Arthur, não acredita em irregularidades e alega que a Agência de Regulação ajuda os pacientes, encaminhando aqueles que não querem esperar pelo atendimento do SUS, que geralmente é mais demorado. O prefeito afirma que os encaminhamentos são feitos a pedido dos pacientes e os mesmos pagam uma taxa social.

Segundo o prefeito, os encaminhamentos são feitos pelos funcionários porque na maioria dos casos, trata-se de pacientes mais carentes. Como exemplo, o prefeito cita os exames de tomografia computadorizada, que demoram três meses. Nestes casos, as funcionárias marcam a consulta e encaminham. “Não é cobrado pelo serviço do SUS”, garantiu.

José Arthur critica o trabalho policial, avaliando que há um exagero na ação. O prefeito alega que as funcionárias são de carreira, sem nada que desabone sua conduta, têm residência própria e são conhecidas no Município, o que não justificaria a permanência delas na delegacia desde ontem.

“É exagerado. São mães de família, que estão presas em um dia especial, que é o Dia da Mulher. Os funcionários estão revoltados. Estão até fazendo passeata. A coisa é estranha. Tem que ser apurado. Se houve alguma irregularidade, tem que responder, mas parece que está ocorrendo um sensacionalismo”.

José Arthur afirma que a Saúde em Bonito evoluiu muito e hoje conta com 13 médicos. Além disso, afirma que repassa 22% ao setor, sendo 7% a mais do que o estabelecido por lei, o que segundo ele, traz um atendimento razoável.

Ainda segundo o prefeito, a prefeitura está entrando com recurso para que as funcionárias respondam em liberdade. O Campo Grande News entrou em contato com o delegado Roberto Gurgel Filho, ele disse que respeita a opinião do prefeito e que não vai comentar sobre o assunto.

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