Cidades

Eletronuclear responde dúvidas sobre usina nuclear em MS

Redação | 09/09/2010 11:25

A Eletronuclear, estatal que distribui energia elétrica a partir da energia nuclear, respondeu aos questionamentos feitos por entidades ambientais a respeito dos estudos para a instalação de uma usina nuclear no Mato Grosso do Sul.

A carta, assinada pelo assistente do diretor-presidente do órgão, Leonam dos Santos Guimarães, é datada de 31 de agosto e estabelece os critérios previstos para a instalação de quatro a oito usinas em diversas áreas do Brasil.

De acordo com a Eletronuclear, as usinas são seguras e "se encontram dentre as formas de geração de eletricidade mais amistosas para com o meio ambiente, pois não emitem contaminantes em forma de partículas, gases ou líquidos".

O Formads (Fórum Permanente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso do Sul e o Fórum de Defesa do Pantanal) realizou reunião após o anúncio do início dos estudos para mapear áreas para a instalação de quatro a oito usinas em todo o território brasileiro até 2030.

O levantamento também abrange Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.

O estudo de seleção será concluído até o final de 2010, após a escolha dos sítios, haverá novo estudo com duração de 20 meses para definir os critérios de instalação.

Estima-se que mais de 5.000 postos de trabalho diretos sejam criados durante a construção de uma usina, que demanda investimentos da ordem de R$ 10 bilhões de reais. Durante a fase de operação, são 1.000 postos de trabalhos diretos e 2.000 indiretos, de acordo com levantamento da Eletronuclear.

O órgão federal ainda ressalta que são mais de 70 critérios técnicos a serem analisados e que segue longa cartilha aplicada em outros países. Mais de 20 destes critérios dizem respeito ao meio ambiente.

Durante o processo de seleção está previsto a participação e envolvimento do público e organizações, para realizar consultas.

A resposta não agradou a Haroldo Borralho, representante do Formads, que não considerou os termos consistentes e propõe que, após as eleições, a população seja ouvida e decida se quer mesmo a instalação de usinas nucleares no Estado.

"Falta muita resposta sobre as questões, ele foram vagos. E como fica a participação da população?"

Ele também teme a proposta de usar empresários para financiar as usinas, deixando que a tecnologia nuclear do Brasil seja privatizada.

"Além de criar usinas, querem privatizar a energia nuclear, isso é uma energia estratégica. Não se pode por a mão do empresariado nisso".

Nuclear x Ambiente

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