Cidades

Driblar ansiedade e se concentrar são desafios de quem estuda para o Enem

A menos de 1 mês para a prova, estudantes se entregam aos cadernos e livros e buscam estratégias para ter mais concentração

Anahi Gurgel | 07/10/2017 10:20
Bruno durante intervalo na escola; é treineiro, mas está estudando para enfrentar seu "medo": a redação. (Foto: Anahi Gurgel)
Bruno durante intervalo na escola; é treineiro, mas está estudando para enfrentar seu "medo": a redação. (Foto: Anahi Gurgel)

Falta muito pouco para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que tem cerca de 92,3 mil inscritos em Mato Grosso do Sul. A proximidade da prova, que será aplicada em 41 cidades nos dias 5 e 12 de novembro, tem levado muitos jovens a uma frenética rotina de estudos, numa busca constante para redobrar a concentração e driblar a ansiedade.

Entre os estudantes, quando questionados sobre horários de dedicação a livros e cadernos, é quase unanimidade o "vou cedo para a escola, volto para casa no fim da tarde, tomo banho, janto e volto a estudar".

Maria Luiza Chamorro de França, 17, e Milena Coelho Costa, 16, estudam no 3º ano do ensino médio em uma escola pública de Campo Grande.

"O desafio é conciliar os preparativos para o Enem com os deveres da escola, como provas e trabalhos. Estudo o dia inteiro, faço muitos simulados, mas me permito descansar aos finais de semana", diz Maria Luíza.

"A cobrança é muito grande; as pessoas esperam muito de você neste momento. Também tento relaxar aos sábados e domingos. Fico assistindo série!", conta Milena.

As amigas Milena e Maria Luíza no corredor da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado, em Campo Grande. (Foto: Anahi Gurgel)
Ian e Henrique conferem o grupo de bate-papo no celular, durante intervalo em escola da rede pública de ensino. (Foto: Anahi Gurgel)

"Zap zap" do Enem - Da mesma sala delas, Ian Haranaká, 17, e Henrique Santos, 18, encontraram na tecnologia uma forte aliada para os estudos. Eles criaram um grupo no WhatsApp para trocar informações e arquivos de disciplinas diversas.

"Nós passamos conteúdo e debatemos sobre vários assuntos. São artigos, imagens relacionadas a temas que podem cair no exame. O "Grupo Enem" é bem movimentado, muitos amigos pedem para ser incluídos", relata Ian.

Eles também participam de oficinas eletivas de redação e matemática, no período vespertino, para reforçar o conhecimento nas matérias que têm menos afinidade.

Aos 16 anos, Bruno Antônio Ferreira vai fazer Enem como treineiro. "Quero seguir carreira de militar e confesso que não gosto de estudar. Mas sei que tenho que enfrentar as dificuldades se eu quiser conquistar meu futuro", acredita o jovem, em frente a um cartaz pregado na parede da escola com letras estudantis: "Não deixe os seus medos privarem da vida incrível que você merece ter".

Cássia Mendes estuda durante intervalo em escola particular. Faz cursinho e rotina entre cadernos e livros ocorre em tempo integral.

No cursinho - Não é a primeira vez que Cássia Mendes Ataíde, 18, que faz cursinho em uma escola privada, vai prestar o Enem. Na reta final para a prova, ela disse que, apesar de estudar o dia inteiro, tem procurado dormir mais. Resultado, talvez, de um trabalho que vem sendo desenvolvido junto a um psicólogo, desde o início do semestre.

"Ano passado deixei o nervosismo tomar conta. Fiquei preocupada com o tempo da prova e não me saí bem. Eu me cobrava demais, família cobrava demais, agora estou mais tranquila e segura para o Enem", acredita, dizendo que aprendeu a lidar com sua mente para seguir o sonho de ser médica.

Também no cursinho particular, Vitor Kenzo Gondo, 20 anos, já vai para o quinto Enem, sendo um como treineiro.

"Ano passado fui o primeiro colocado em medicina na Uniderp, mas decidi tentar uma vaga em instituição pública. O Enem possibilita isso, devido ao sistema de pontuação. Não tenho vida social, as vezes me sinto esgotado, mas continuo firme porque estou me busca de um sonho", fala, em relação à medicina.

Vitor Kenzo mostra a data do Enem, em cartaz no mural da escola. "É puxado, mas quero seguir meu sonho". (Foto: Anahi Gurgel)

"É fundamental o tripé escola-aluno-família estar bem sólido neste momento. Os jovens já estão muito cansados e é importante motivar e dar subsídio emocional. O processo de seleção das universidades é muito agressivo, mas faz parte da realidade. Desde agora eles vão se preparando para os desafios da vida", acredita Caio Baez, coordenador pedágico.

O "treino" também está puxado para Larissa Duarte, 17, que nesse período pré-exame “basicamente só estuda”. "Meu foco é matemática, física e redação. Pesquiso muito sobre os macetes para eu ter boa pontuação", espera.

Larissa concentrada na aula, em escola pública da cidade.
Cartaz em pilar traz mensagem positiva para animar alunos.
Sala para alunos tirarem dúvidas, em escola particular.
Plantão tira-dúvidas tem sala cheia em escola particular da Capital.
Alunos do terceiro ano do ensino médio durante aula.
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