Cidades

Drama de 4 anos tem trégua com internação de adolescente

Redação | 31/01/2009 08:52

O drama da família de um adolescente de 16 anos é mais uma daquelas histórias sobre o efeito destrutivo da droga. O garoto foi denunciado pelos próprios pais, depois de roubar os móveis da casa e ameaçar a família de morte. A denúncia demorou 4 anos, e deixou um sentimento confuso, o coração dividido entre o alívio e a dor.

A Polícia Civil atendeu ao chamado dos pais ontem e o garoto foi encaminhado à Unei (Unidade Educacional de Internação) em Campo Grande.

A mãe, ainda inconformada com a situação, diz que o adolescente era "um menino bom". Mas, lembra que os problemas com a mudança de hábitos do filho.

Segundo ela, o menino que andava sempre limpo e arrumado deixou de se preocupar com a aparência. "Ele passou a dormir o dia todo e sair à noite."

Outra mudança na rotina da família foram os cobradores que começaram a surgir. Além daqueles que procuravam o jovem durante o dia, ela lembra que ficava assustada com o movimento de carros e motos à noite.

Com o tempo, os objetos da casa começaram a desaparecer. O auge do problema foi nesta semana, quando ele levou praticamente todos os móveis da família. "Eu fui arrumar a janta, e cadê o botijão de gás?" lembra a mãe.

Como as discussões do garoto em casa tornaram-se cada vez mais frequentes, assim como os furtos de bens da família, o pai de 72 anos decidiu procurar a Polícia.

"Eu não me sinto bem com isso, mas eu vou fazer o quê?", afirma o pai, que não esconde o sentimento de culpa depois da decisão. Umas das filhas conta que o pai "chorava como criança", ao ver a ação policial.

Ele nega que o garoto o tenha ameaçado de morte, e diz que ele apenas era "meio nervoso".

Já a mãe garante que só consentiu com a intervenção policial porque já não agüentava mais as ameaças do filho e quis evitar uma tragédia. "Eu estava vendo a hora dele matar o pai", conta ela.

A família do adolescente é formada por mais quatro filhos, o problema atingiu justamente o caçula. A mãe conta que ele foi adotado quando tinha apenas cinco meses de idade, assim como a irmã mais velha, que tem hoje 34 anos, e agora passa os dias na casa cuidando da mãe.

Os outros três filhos biológicos do casal já são casados e vivem com suas famílias, mas acompanham de perto o drama do irmão caçula.

Esperança

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