Cidades

Dois meses após acidente aéreo, polícia ainda não ouviu testemunha

Antonio Marques | 26/04/2016 15:43
Jane Resina e o marido, Paulo César, foram as vítimas do acidente ocorrido no interior do Paraná há dois meses (Foto: Reprodução/Facebook)
Jane Resina e o marido, Paulo César, foram as vítimas do acidente ocorrido no interior do Paraná há dois meses (Foto: Reprodução/Facebook)

Dois meses após acidente aéreo que matou a advogada Jane Resina Fernandes de Oliveira e seu marido, o engenheiro Paulo César de Oliveira, no interior do Paraná, o ínquérito na Polícia Civil que apura a possível causa da queda do avião ainda não foi concluído. Depende apenas da oitiva com o técnico responsável pela manutenção da aeronave.

No fim do mês passado, a Polícia Civil de Jaguapitã, município paranaense onde aconteceu o acidente, encaminhou à 7ª Delegacia de Polícia de Campo Grande uma carta precatória para que a Polícia Civil pudesse colher o depoimento de um técnico, que não teve a identidade revelada, que seria o responsável pela manutenção da aeronave Pelican 500 BR, que caiu no último dia 26 de fevereiro.

Na época, o titular da 7ª DP na Capital, delegado Geraldo Marim Barbosa, informou que recebeu a precatória e enviou à Polinter (Delegacia de Polícia Interestadual e Especialziada em Capturas), seguindo o regimento interno da corporação.

Conforme o titular da Polinter, delegado Luís Tomaz de Paula Ribeiro, no dia de hoje a carta precatória foi despachada para o escrivão fazer a intimação da testemunha, que deve ser ouvida nos próximos dias. “No máximo em dez dias o depoimento deve estar com a polícia paranaense”, garantiu ele.

O delegado Maurício de Oliveira Camargo, que investiga o caso no Paraná, já havia informado que aguardaria somente este depoimento para encerrar o inquérito. Hoje, ele disse que não havia qualquer novidade sobre a investigação, considerando o não recebimento da oitiva.

Como não houve retorno, o delegado pediu à Promotoria local a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito até que receba as informações do responsável pela manutenção da aeronave. "Mesmo que atrase um pouco a entrega do inquérito policial, vamos aguardar chegar a oitiva dele", explicou Maurício Camargo.

Causas – Segundo a investigação, condições meteorológicas desfavoráveis podem ter sido a causa da queda do avião. Baseado na perícia feita no local do acidente, em informações sobre o plano de vôo e áudios do piloto, fornecidos pela Anac (Agência Nacional de Avião Civil), e depoimentos de testemunhas, o delegado Maurício afirmou que a presença de nuvens carregadas podem ter contribuído para a queda do avião. Uma parte da aeronave, inclusive, teria se soltado quando o avião atravessou uma dessas nuvens.

Acidente – Jane Resina Fernandes de Oliveira e Paulo César de Oliveira decolaram do aeroporto Teruel, em Campo Grande, segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), tendo como destino a cidade paranaense de Londrina, onde participariam de uma festa de aniversário.

Por volta das 9h40, horário de Mato Grosso do Sul, Paulo César teria entrado em contato com a empresa de aviação agrícola Gaivota, localizada próximo ao local do acidente. Fernando Morandi, que estava na escuta do rádio, informou que o piloto chamou a torre e solicitou informações sobre o clima em Jaguapitã, recebendo como resposta que as condições eram boas, o céu estava com poucas nuvens, mas algumas carregadas.

Cerca de uma hora depois, o avião teria caído na divisa entre as Fazendas Maristela e Céu Azul, em Jaguapitã, região metropolitana de Londrina.

Segundo testemunhas, o avião deu um looping no ar, entrou em parafuso e caiu de bico. Antes disso, quando o avião atravessava uma nuvem carregada, foi possível ouvir um barulho semelhante a uma explosão.

Conforme o inquérito policial, a queda do avião pode ter sido provocada pelo mau tempo (Foto: Divulgação PM)
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