Cidades

Dois anos após crime, acusados de matar Dudu vão a júri

Redação | 11/12/2009 13:02

Dois após o cruel assassinato do estudante Luiz Eduardo Martins Gonçalves, 10 anos, os acusados pelo crime vão a júri popular em fevereiro de 2010 e poderão ser condenados a mais de 30 anos de reclusão em regime fechado.

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, pronunciou o ex-padrasto da vítima, José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, e Holly Lee de Souza, de 19 anos, por homicídio doloso qualificado, com os agravantes de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, ser uma criança com 10 anos de idade, ocultação de cadáver e concurso de pessoas.

O magistrado desconsiderou o laudo de insanidade mental apresentado pela defesa de Holly, que queria a sua absolvição com base na avaliação médica de que ele sofre de problemas mentais. Também determinou a manutenção da prisão dos dois até o julgamento, previsto para fevereiro, em decorrência da repercussão do crime. Eles estão presos desde março deste ano.

Enigma - Por vários meses, o desaparecimento de Dudu mobilizou os pais, familiares e a comunidade dos bairros Aero Rancho e Jardim das Hortênsias, na saída para Sidrolândia. Até deputados se sensibilizaram com o drama da família e intermediaram reuniões com o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Francisco Jacini.

Vários delegados participaram da investigação, passando pela DPCA (Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente), 7ª Delegacia de Polícia e Deaij (Delegacia de Atendimento à Infância e Juventude).

Durante as investigações, policiais chegaram a quebrar a casa de Cido, mas o ex-padrasto da criança negava envolvimento no crime e nenhum indício foi achado. Somente com a apreensão dos adolescentes, a Polícia Civil começou a desvendar o crime, mais de um ano após o desaparecimento da criança.

O crime - De acordo com a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), Cido contratou três adolescentes e Holly para pegar Dudu e mata-lo como forma de vingança pelo fim do relacionamento com Eliane Aparecida Nascimento Martins, mãe de Dudu. Ele pagou em dinheiro e uma arma de fogo.

Dudu brincava com os amigos no final da tarde de 22 de dezembro de 2007, na esquina da Avenida Rachel de Queiroz com a Rua Damianópolis, no Jardim Aero Rancho, quando foi pego por Holly e os três adolescentes, dois meninos e uma menina. Eles o agrediram a socos e pontapés.

Depois, o levaram para a residência de Cido, na Rua Crevelândia, 1.956, no mesmo bairro, onde o ex-padrasto também o agrediu a socos e pontapés. As agressões continuaram num terreno baldio conhecido como "mangal" e "cemitério dos cachorros" até a criança morrer.

Em seguida, os três colocaram o corpo de Dudu dentro de um veículo Fiat e o levaram até um tereno baldio localizado no quadrilátero formado pelas ruas Eva Perón, Divisão, Paschoal Carlos Magno e dos Pereira, onde o enterraram.

Pedaços e fogo - Alguns dias depois, Cido e Holly, segundo a denúncia, voltaram ao local, desenterraram o cadáver da criança e o cortaram em vários pedaços, incluindo-se os ossos, e atearam fogo. Os restos mortais foram enterrados novamente no mesmo local.

Os meios cruéis adotados no crime chocaram a comunidade local e até os envolvidos na investigação. Alguns detalhes foram descritos por Holly no depoimento feito, na presença do advogado, à Polícia Civil. Em juízo, ele voltou atrás e negou qualquer participação no crime.

Os dois acusados negaram qualquer participação no crime. O advogado de Cido, José Roberto Rodrigues da Rosa, afirmou que irá provar a inocência do seu cliente no júri popular. Se a defesa recorrer ao Tribunal de Justiça, o julgamento poderá ser suspenso até o julgamento do recurso.

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