Cidades

Diagnóstico de leishmaniose de menina de 1 ano só foi confirmado após três meses

Paula Vitorino | 23/02/2011 19:12

De acordo com a SES, Leishmaniose é mais comum entre crianças menores de 5 anos

Secretaria de Saúde confirma apenas 18 casos de leishmaniose. (Foto: João Garrigó)
Secretaria de Saúde confirma apenas 18 casos de leishmaniose. (Foto: João Garrigó)

Após 15 dias de internação no HU (Hospital Universitário), a aposentada Ivone Garcia de Lima, de 57 anos, finalmente pode dizer que a neta de apenas 1 ano está bem, mas ainda recupera-se da leishmaniose.

A menina recebeu alta do hospital ontem (22), mas até o próximo sábado (26) terá de ir todos os dias no HU para receber a medicação do tratamento para a leishmaniose.

“Ela fez 1 aninho aqui no hospital. Mas agora ela está bem. Os médicos até admiraram como ela não teve complicações na saúde pelo tempo que demorou para receber tratamento”, conta Ivone.

O diagnóstico de leishmaniose demorou quase três meses para ser confirmado, de acordo com a aposentada. A garota mora em Coxim e passou por vários médicos no município, foi internada por uma semana no hospital da região, mas o diagnóstico feito era sempre o mesmo: pneumonia.

“Ela saiu do hospital de lá e continuou com febre, aí um amigo nosso recomendou que viéssemos para Campo Grande procurar outros médicos, porque lá tínhamos passado por vários. Aqui, ela fez o exame de sangue e falaram que era leishmaniose e nos encaminharam para o HU. Lá em Coxim fizeram exame de sangue também, mas o resultado foi chegar só quando ela já estava aqui”, detalha.

Como sintoma da doença, a menina de menos de um ano tinha febre durante o dia e depois de algumas semanas começou a ficar com a barriga inchada.

O que mais intriga a avó é o fato de a família não ter nenhum cachorro.

No mesmo quarto que a garota ficou internada, outras três crianças também estavam com leishmaniose. A reportagem não teve acesso aos outros pacientes, mas de acordo com o hospital, quatro crianças estão internadas nesta quarta-feira no local.

Leishmaniose – De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), a maior incidência de leishmaniose ocorre em crianças com menos de 5 anos de idade.

A médica infectologista pediatra do HU, Yvone Maia Brustoloni, explica que as crianças nessa idade estão mais suscetíveis ao contágio devido a sua imunidade baixa.

“As crianças nessa faixa etária tem a defesa do organismo mais baixa porque a sua imunidade ainda não está totalmente formada”, esclarece.

Ainda de acordo com o gerente de zoonozes da SES, Paulo Mira Batista, Mato Grosso do Sul já registrou 18 casos de leishmaniose até a última segunda-feira (21). Nenhum óbito foi registrado.

Mas os números podem ser ainda maiores, já que o sistema de dados da secretária de saúde pode demorar de uma a duas semanas para atualizar os números recebidos do interior, principalmente.

“Campo Grande é o município com mais casos porque tem mais habitantes em relação aos outros do interior”, revela.

Em 2010, foram 221 casos da doença notificados e confirmados em todo o Estado.

A secretaria não fala em epidemia, mas justifica que os números de leishmaniose são maiores geralmente na época mais chuvosa do ano devido a maior proliferação do mosquito transmissor.

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