Cidades

DGPC pede lista para punir policial por protesto e greve

Redação | 10/06/2009 12:58

A DGPC (Diretoria Geral de Polícia Civil) determinou aos delegados o encaminhamento de lista com os nomes de todos os policiais civis que participaram das duas paralisações e dos protestos contra o Governo do Estado. O titular do órgão, delegado Jorge Razanauskas, confirmou o pedido da relação dos manifestantes e da adoção de medidas para puni-los.

No entanto, o diretor-geral da Polícia Civil minimizou a repercussão, destacando tratar-se de "medida administrativa e rotineira". Ele sinalizou que irá descontar dos salários de quem faltou ao serviço. "Se você faltar ao serviço, o que acontece?", perguntou Razanauskas, insinuando o corte de ponto.

Ele destacou que os policiais civis "fizeram um movimento que não deu certo e que sabiam que não ia dar certo". Ressaltou que os agentes devem arcar com as consequencias de seus atos.

Segundo um policial, que pediu para não ser identificado, a DPI (Departamento de Polícia do Interior) pediu o envio da relação por fax até às 15h de hoje. O mesmo procedimento foi solicitado pela DPE (Departamento de Polícias Especializadas) e DPC (Departamento de Polícia da Capital).

O pedido teria divido os delegados, porque alguns encaminharam a relação e outros teriam decidido não dedurar os grevistas. Apenas parte dos 2 mil policiais participaram dos protestos realizados pelo Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis).

Segundo o presidente da entidade, Paulo Flávio Carvalho, cerca de 250 agentes participaram dos protestos e da afixação de faixas em Campo Grande. Os policiais promoveram duas paralisações neste ano, sendo a última de 24 horas em 7 de maio deste ano. Na ocasião, o governador André Puccinelli (PMDB) visitou algumas delegacias e disse que o atendimento estava normal.

Além de cortar ponto, a DGPC estaria disposta a sujar a ficha dos policiais para comprometer eventuais promoções no futuro. De acordo com Carvalho, esta medida depende da abertura de sindicância contra os servidores.

O sindicato destacou ainda que a Constituição Federal permite a participação dos servidores de protesto e greves. "Se isto for proibido em Mato Grosso do Sul, isso não condiz com a Constituição", alertou o sindicalista.

Ele ressaltou que a única punição legal é a suspensão de uma das cinco faltas por ano que o policial civil tem direito. Sobre o risco de suspender a promoção, Paulo Carvalho afirmou que a medida é ilegal.

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