Cidades

Desembargador Rubens Bossay se despede do Tribunal de Justiça

Vinícius Squinelo | 05/09/2013 19:49

A última sessão do Tribunal Pleno com a participação do Des. Rubens Bergonzi Bossay foi repleta de homenagens ao magistrado. Terminada a sessão que votou o pedido de aposentadoria do desembargador, na noite de ontem (4), o plenário ficou cheio de magistrados ativos e aposentados que desejavam expressar a última palavra de carinho ao desembargador aposentando.

Pelo Ministério Público falou a promotora Irone Alves Ribeiro que, surpreendida pela ocasião, agradeceu tudo o que o Des. Bossay fez pelo MP e para o MP. Com a voz embargada, a procuradora ressaltou a carreira de sucesso do magistrado. “V. Excia deixa nos anais forenses a marca do homem culto, honesto e honrado, de magistrado que sempre soube julgar com mister. Mato Grosso do Sul muito deve a V.Excia por esses anos de trabalho”.

Outro a expressar os agradecimentos pelos feitos de Bossay foi o presidente da AMAMSUL, juiz Wilson Leite Corrêa. “Os mais incautos e até alguns magistrados não vocacionados poderiam questionar os motivos que levam um desembargador, que já ocupou o mais alto cargo nesta corte de justiça, a presidência – e que preenche os requisitos para aposentadoria integral há vários anos, permaneça trabalhando com a mesma dedicação, a mesma gana e a mesma competência, sem qualquer vantagem ou proveito adicional. A isso chamamos vocação. Para ser juiz, não basta a vontade, o preparo intelectual, a retidão dos passos: é preciso que a pessoa seja vocacionada”, disse o presidente da entidade, antes de entregar uma placa representando o respeito e admiração dos magistrados de MS.

Em nome dos desembargadores aposentados e da classe de advogados falou Rêmolo Letteriello. “Já passei por este momento de profunda tristeza e muita emoção. Já senti a dor de ser afastado do que é a nossa vida. O Des. Rubens sempre foi modelo de magistrado, um paradigma para os juízes mais novos. Da sua qualidade de julgador nem é preciso mencionar. Ele tem os atributos dos grandes magistrados”.

Pelo Tribunal de Justiça, o orador foi o Des. Claudionor Miguel Abss Duarte que, em seu discurso, citou Santo Agostinho e Fernando Sabino. “No auge de sua capacidade intelectual, esbanjando saúde, cumpre o mandamento constitucional, no sentido de que se impõe a aposentadoria compulsória, ao se implementar 70 anos. V. Excia, meu estimado Des. Rubens, sempre demonstrou, em inúmeras decisões, que a lei é somente um ponto de partida, a premissa necessária para que seja não simplesmente aplicada, como posta no ordenamento jurídico, mas aplicada, tendo em vista a ordem constitucional em vigor. (...) Correspondeu V. Excia aos anseios do povo, que é o maior credor da prestação jurisdicional, sobretudo pelo exemplo de independência, de eficiência, de equilíbrio, enfim, do senso de responsabilidade e de justiça. Há duas fontes perenes de alegria pura: o bem realizado e o dever cumprido. V. Excia alcançou ambas, ultrapassando todas as dificuldades”.

Rubens Bossay se emocionou ao se despedir da magistratura. “Sinto-me realizado. Procurei ser justo, segundo a arte do bom e do equitativo. Tomei por baliza a máxima: viver honestamente, não lesar a ninguém, dar a cada um o que é seu. (...) Agradeço pela compreensão e tolerância que tiveram comigo, quer no âmbito do colegiado, quer no convívio social, durante todos esses anos. Agradeço a minha esposa Marise, a meus filhos, genros e netos, o apoio que deles sempre recebi, principalmente nos momentos difíceis. Certamente a jornada seria árdua sem esse apoio”.

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