Cidades

Desde madrugada, Polícia faz mega operação para acabar com ataques

Nadyenka Castro e Luciana Brazil | 16/03/2013 10:54
Policiais durante operação no Cetremi, que teve o Garras e Gigcoe (João Garrigó)
Policiais durante operação no Cetremi, que teve o Garras e Gigcoe (João Garrigó)

Após a quarta noite consecutiva de ataques criminosos em Campo Grande, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) iniciou uma mega operação na madrugada deste sábado para por fim a onda de violência. Está confirmada a participação da facção criminosa no assassinato de um polícial militar em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. Policiais civis e militares cumprem 25 mandados de busca e apreensão em três municípios.

A operação, que conta com pelo menos duas dezenas de delegados, começou por volta das 4h30, quando policiais foram às ruas com as viaturas. Às 6h, os mandados judiciais começaram a ser cumpridos.

Até o fim da manhã, a informação era de que três suspeitos já tinham sido presas: em Campo Grande, Três Lagoas e Corumbá. Como os mandados de busca estão sendo cumpridos nestas cidades, o número de detidos deve ser maior.

De acordo com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, a operação é “dinâmica” e tem apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e do setor de inteligência da PF (Polícia Federal).

Tensão – A morte do policial militar aposentado Otacílio de Oliveira, de 60 anos, no dia 6 de março, marcou o início das ações criminosas no Estado. Após o crime, foi levado a público que a Polícia do Estado já tinha informações de que policiais seriam alvos de atentados.

Depois do homicídio vieram os ataques a veículos em Campo Grande. Caminhões, carros e motocicletas foram queimados. O primeiro foi entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta. Os últimos três foram neste sábado, no Jardim dos Estados, bairro de classe alta.

Vândalos também atearam fogo em um caminhão estacionado em frente à Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia. Nenhum suspeito foi localizado.

Motivo - Segundo o secretário, três hipóteses são investigadas para a série de atentados: envolvimento da facção criminosa surgida nos presídios paulistas, de aproveitadores e boateiros. Os dois últimos seriam pessoas não ligadas aos bandos que, sabendo do clima de tensão, se aproveitam da situação.

De acordo com Jacini, já está confirmado que o assassinato do policial aposentado foi a mando de bandidos. Ele explica que Otacílio foi morto por tiros disparados por quatro homens, entre eles o próprio sobrinho, Cleverson Messias Pereira dos Santos, que já está preso e integra facção.

Outros sete criminosos também estão envolvidos no homicídio. Além de Cleverson, outros dois estão presos.

A operação que começou neste sábado não tem hora para acabar. Policiais que estavam em férias e em folga foram chamados para trabalhar.

O objetivo do Governo é acabar com a ação dos bandidos, que espalharam pânico na população da Capital. 

Policiais militares deixam o Garras (João Carrigó)
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