Cidades

Delegada acredita que mulher estava “delirando” ao falar de estupro

Graziela Rezende | 07/10/2013 10:50

Sob efeito de forte medicação, a mulher de 63 anos que denunciou um roubo e estupro em sua casa na quinta-feira (3), na Chácara dos Poderes, em Campo Grande, pode estar “delirando”. A afirmação é da delegada Rosely Aparecida Molina, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

“Ela foi intimada para prestar depoimento, além do marido. Aparentemente, a suposta vítima estava delirando por conta do efeito dos remédios controlados. E ainda fizemos o levantamento de local, mas nenhum vestígio de crime foi encontrado. No entanto, o marido alega que a encontrou nua na casa e falando do estupro, por isso estamos dando continuidade nas investigações”, afirma a delegada Molina.

Nesta semana, segundo Molina, a Polícia ainda aguarda um parecer realizado pela psicóloga, já que a idosa ainda passou por uma avaliação psicossocial. “Ela não recebeu o coquetel de medicamentos que repassamos para as vítimas de estupro, bem como não possuía o material genético, principalmente pela falta de indícios. E agora vamos constatar até que ponto a medicação interferiu no que ela disse à Polícia”, comenta a delegada Molina.

Outra possibilidade existente para pessoas que informam delitos que não ocorreram, é a falsa comunicação de crime. A pena é de detenção de um a seis meses, além de multa.

Mentira? - Um dia após o fato, a filha da vítima entrou em contato com a Polícia e também ressaltou que acreditava que o crime não havia ocorrido. Em depoimento, a jovem falou que não percebeu nenhum sinal de violência na mãe, além de não sentir falta de pertences.

Ocorrência - Na tarde do dia 3 de outubro, a idosa conta que, por volta das 15h, tomou um remédio forte e acabou dormindo no sofá, quando foi surpreendida por dois bandidos encapuzados, um deles armados, que anunciaram o assalto.

Os bandidos procuravam por dinheiro e jóias e ao ser informados pela idosa de que não havia dinheiro na casa, começaram a revirar tudo no local.

À Polícia, a mulher contou que enquanto um dos bandidos vasculhava a casa, o outro, mandou que tirasse a roupa e a estuprou. Por conta do remédio que havia tomado, a vítima disse que não se recorda o que houve depois.

Por volta das 20h, o marido da idosa chegou em casa e a encontrou nua desacordada no sofá. Ele então acionou a Polícia, mas os bandidos não foram encontrados.

Transtornados, os idosos não souberam informar o que foi levado da casa. A mulher foi orientada a ir a uma unidade de saúde para tomar o coquetel anti-HIV e registrar a ocorrência em uma unidade da Polícia Civil.

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