Cidades

Defesa tenta implantar dúvidas em júri do Caso Dudu

Redação | 31/03/2010 12:03

Durante 1h30, o defensor de Cido, José Roberto da Rosa, defendeu a tese de que não há provas contra seu cliente, acusado da morte do garoto Luiz Eduardo Gonçalves, o Dudu, em dezembro de 2007.

A fala de Rosa procurou colocar os jurados em dúvida até mesmo se Dudu realmente morreu. Segundo ele, o menino foi visto diversas vezes depois da data apontada para o desaparecimento.

O advogado citou nomes de pessoas que teriam visto a criança. Contou, até, que uma delas conversou com Dudu, que ele pediu dinheiro para limpar um terreno, e que disse ao homem que se chamava Luiz Eduardo e estava morando com um pedreiro, com o qual mantinha relações sexuais. Apesar da citação, nenhuma dessas pessoas foi testemunha no processo.

"Vamos dormir em paz, esperando o espetáculo de o caixão sair do Fórum. E se daqui seis meses a criança aparecer de novo, o que vamos fazer?", afirmou o advogado aos jurados para encerrar sua exposição.

A urna com os restos mortais que a acusação afirma ser de Dudu está no Fórum e a expectativa da família é de poder fazer o sepultamento quando terminar o júri.

O advogado afirma que os fragmentos de ossos não são humanos. "São ossos de cachorro".

Em sua fala, o defensor colocou em dúvida vários aspectos da investigação, entre eles a motivação do crime, que viria de uma ameaça feita por Cido à mãe de Dudu, Eliane Martins.

Durante as investigações, ela disse que o ex-companheiro teria dito que tiraria dela algo de que gostaria muito. O advogado disse que nunca ficou claro se ela ouviu de fato essa afirmação ou se ouviu falar, o que põe em xeque a declaração.

José Roberto da Rosa também afirma que os quatro jovens envolvidos no crime nunca confirmaram que levaram Dudu para casa de Cido no dia das agressões. A versão dele é que eles teriam matado garoto em razão do envolvido com o tráfico de drogas.

Rosa também questionou a mudança de depoimento de uma das principais testemunhas do crime, a vizinha Maria de Fátima, que disse nas investigações ter visto Dudu ser levado para a Casa de Cido, já depois de ser agredido. Inicialmente, a vizinha negou ter visto algo comprometedor. Ela chegou a ser presa. Para o advogado de Cido, Maria de Fátima, conhecida como Marlene, foi pressionada para acusar seu cliente.

O advogado também tentou colocar os jurados em dúvida sobre a dedicação dos pais de Dudu, que são separados, ao garoto. "Se aconteceu alguma coisa com essa criança, é culpa dos pais", afirmou.

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