Cidades

Defesa de latrocidas quer reconstituir crime no Tarumã

Redação | 30/08/2010 22:36

A defesa de Marcelo de Souza Ribeiro, o "Cicatriz", 19, e Alessandro da Anunciação, 27, o "Testa", que foram ouvidos no dia 19 de julho no Fórum de Campo Grande pelo latrocínio do adolescente Paulo Henrique Rodrigues, o "Paulinho", 17 anos, assassinado no dia 17 de fevereiro deste ano, pediu reconstituição do crime à Justiça, de acordo com Maria Aparecida dos Santos Neres, mãe da vítima.

No dia do julgamento a defesa já tinha pedido vistas ao processo, com prazo de cinco dias para se manifestar. Após o prazo a advogada de defesa teve mais dez dias para formular as alegações finais para que em seguida o juiz Olivar Augusto Coneglian, da 2ª Vara Criminal, declare a sentença de Cicatriz e Testa. Por serem reincidentes, os dois podem pegar, no mínimo, 12 anos de prisão.

Todavia, Maria Aparecida contou ao Campo Grande News que seu advogado lhe telefonou nesta segunda-feira para informar que, devido ao pedido de reconstituição do crime, a sentença novamente foi adiada. O juiz acatou o pedido, para que o processo não corra o risco de nulidade.

Na opinião de Maria Aparecida, a defesa quer insistir no fato de que o tiro que matou o adolescente de 17 anos foi acidental. "Os assassinos matam seu filho e agora você se depara com a hipótese de que eles são inocentes?", questiona a mãe, indignada.

Segundo o juiz Olivar, todas as testemunhas já foram ouvidas no processo. Ele reiterou que não ouvirá mais ninguém.

A Promotoria de Justiça solicitou prova pericial detalhada para esclarecimento de informações sobre onde o tiro entrou e saiu do corpo de Paulinho.

Caso mais adiamentos fossem pedidos, dentro de no máximo 40 ou 50 dias a sentença seria decretada, mas com o novo pedido de vistas, o tempo aumentou.

Crime - No dia 17 de fevereiro, Paulinho foi assassinado durante um assalto praticado por Marcelo e Alessandro na Mercearia Vidal, no Jardim Tarumã. Durante a fuga, Cicatriz atirou e acertou a vítima, que trabalhava na Bicicletaria do Niltinho, localizada no cruzamento das ruas Acaia e Itaoca.

O adolescente chegou a ser socorrido pela mãe Maria Aparecida dos Santos Neres, que estava trabalhando na mercearia, mas não resistiu e faleceu no posto de saúde do bairro Coophavila II.

Paulo levou um tiro no coração, que se partiu em dois pedaços afetando também o pulmão e o fígado. Marcelo foi preso um dia depois do assassinato e disse que atirou para evitar perseguição após o assalto.

Anunciação é o dono da pistola calibre 45, que foi usada no crime e está apreendida. Ele era foragido da CPA (Colônia Penal Agrícola) e acumula antecedentes criminais por homicídio, roubo, receptação e estelionato. Em depoimento, ele afirma que apenas foi convidado para "cobrar uma dívida".

Na audiência do dia 19 de julho, Alessandro disse que pediu a Marcelo que não atirasse, mas ele não obedeceu à ordem. Já Marcelo contou que mesmo atirando, não teve intenção de matar ninguém.

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