Cidades

Defesa culpa vítima para pedir absolvição de procurador

Redação | 06/03/2009 16:21

O advogado Ricardo Trad está confiante em condenação máxima de 6 anos ao procurador Carlos Alberto Zeolla e até na absolvição pelo assassinato do sobrinho, Cláudio Zeolla, de 23 anos.

A defesa deve apelar para a tese de "homicídio privilegiado", disposto no §1º do art. 121 do Código Penal, que prevê crime praticado sob violenta emoção e seguida à injusta provocação da vítima.

A defesa também pode pedir a absolvição, alegando que diante de tais circunstâncias o autor não tinha outra saída a não ser matar a vítima. "Já são dezenas de casos em que isso é comprovado. Existe jurisprudência", detalha o advogado.

Ricardo Trad acredita que no caso de Carlos Alberto receber pena de até 6 anos, a reclusão pode cair pela metade por conta desses atenuantes e da saúde mental do procurador. "Pedimos laudo psiquiátrico para comprovar insanidade mental". Segundo a defesa, no momento do crime, o procurador não tinha capacidade psíquica de resolver o caso.

A versão para o crime, é de que o procurador só matou o sobrinho porque o rapaz agrediu o avô, Américo Zeolla, de 86 anos, na noite anterior ao crime. O pai de Carlos Alberto teria reclamado com Cláudio sobre a ida de freqüente de garotas de programa à casa da família.

A versão é contestada por amigos, que pediram para que fossem preservadas as identidades. Eles dizem que há mais de 20 dias o procurador já havia retirado da casa do pai a arma usada no crime. Os amigos também lembram, que o procurador ficou mais de meia hora dentro do carro, no ponto onde baleou o sobrinho a espera do horário em que normalmente ele seguia para a academia de bicicleta.

No dia 27 de fevereiro, em Cuiabá, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso afastou tese de homicídio privilegiado e condenou réu a 14 anos de prisão, por considerar que para justificar tal argumento é necessário que se tenha uma reação imediata a um fato. Na avaliação do TJ/MT, isso não aconteceu no pois o primeiro fato, que seria a suposta tentativa de homicídio perpetrada pela vítima, ocorreu às 23h e o crime foi às 6 da manhã do dia seguinte.

No caso do procurador, o horário da briga entre Cláudio e o avô, que seria o estopim para o assassinato, não foi revelado. Apenas foi dito que ocorreu na noite de segunda-feira, véspera da execução. Cláudio foi baleado por volta das 8h30 de terça.

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