CPI manda indiciar secretário, promotor, juiz e defensor
O relatório final da CPI do Sistema Carcerário, lido hoje e que será votado amanhã, pede o indiciamento de oito autoridades, incluindo juizes, promotores públicos e defensores, além do secretário de Segurança Pública, responsável pela administração dos presídios em Mato Grosso do Sul.
A lista não tem apenas sete nomes, como informado anteriormente, com base em informações divulgadas pela agência de notícias da Câmara Federal.
Os dois juízes das varas de execução penal de Campo Grande, Francisco Gerardo de Souza e Vitor Guibo, também estão na relação, pelos mesmos crimes, assim como os promotores Luciana Shenck e Antônio André Medeiros, e as defensoras Linda Maria Silva Costa e Edna Regina Batista Nunes da Cunha, todos com atuação na execução das penas e defesa dos presos da Colônia Penal.
O ex-diretor do presídio semi-aberto, Livrado da Silva Braga, também pode ser indiciado, conforme pedido da CPI. Ele comandava a unidade quando os deputados estiveram em Mato Grosso do Sul e foi afastado em abril, quando foi preso acusado de fazer parte de um esquema de facilitação da saída de presos, mediante pagamento de propina.
Havia a informação anterior de que o diretor-geral da Agepen, Hilton Villassanti, estivesse na lista, mas o relator optou por indiciar o superior dele, o secretário.
Ranking - O Estado aparece como segundo em número de pedidos de indiciamento no País, atrás apenas do Pará, onde a prisão de uma menina entre homens provocou um escândalo nacional.
O parecer do relator da CPI, Domingos Dutra (PT/MA), considera a Colônia Penal Agrícola de Campo Grande o segundo pior presídio do país, melhor apenas que uma unidade do Rio Grande do Sul.
Na Colônia, quando vieram a MS em março, os deputados da Comissão encontraram porcos próximos aos alojamentos dos detentos, o que chamou a atenção deles.
A Colônia hoje está em reforma e boa parte dos presos foi transferida para um presídio em Dois Irmãos do Buriti.