Cidades

Contra “medo de agulha” e boatos, Saúde chama para vacinação

Dia D de Vacinação será realizado durante todo o sábado, quando agentes de saúde lutam também com a desinformação acerca do medicamento que previne contra a gripe

Humberto Marques e Mirian Machado | 12/05/2018 09:48
Menina que foi ao UBSF do Noroeste com a mãe para ser vacinada contra a gripe; crianças entre 6 meses e 5 anos integram grupo de risco. (Fotos: Paulo Francis)
Menina que foi ao UBSF do Noroeste com a mãe para ser vacinada contra a gripe; crianças entre 6 meses e 5 anos integram grupo de risco. (Fotos: Paulo Francis)

O Dia D de Combate à Gripe foi aberto neste sábado (12) em Campo Grande com o oferecimento de vacinas aos integrantes do grupo de risco determinado pelo Ministério da Saúde. Porém, da mesma forma que tem de lidar com os perigos representados pelas variantes do vírus –que já causaram sete mortes no Estado–, os agentes da saúde da Capital se veem obrigados a lutar contra o medo da população em se imunizar e os boatos em redes sociais que falam dos perigos da vacina.

“Muita gente deixa de vir por causa do ‘medo da agulha’, mas também pelos mitos envolvendo a vacina”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, durante a abertura do Dia D na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) “Dr. Cláudio Luiz Fontanillas Fragelli” no Jardim Noroeste. “A vacina não mata. Muita gente tem falado nas redes sociais que não vacina por isso. Mas faz bem vacinar”, prosseguiu o médico.

Vilela salienta que toda a medicação possui algum tipo de efeito colateral, que não se manifesta em todo o paciente, “mas ela não faz mal, a vacina é pelo bem da pessoa”.

Funcionária da UBSF, a auxiliar de limpeza Denise Feitosa, 39, não havia tido a oportunidade de levar as filhas, de 4 e 3 anos, para serem vacinadas contra a gripe. “É muito importante vacinar. Vimos que tem gente morrendo por conta disso”, afirmou ela. “Muita gente está falando mal da vacina nas redes sociais, mas eu acredito que faz bem. É bem melhor prevenir”, prosseguiu Denise, que afirma ainda manter a Carteira de Vacinação das crianças em dia.

Com todos na família já imunizados, a gerente de unidade de saúde Sabta Chaparro, 27, fez questão de garantir a dose da medicação para a filha de 1 ano logo que a campanha foi aberta. “Meu marido é policial e também foi vacinado. É importante fazer isso logo no começo, porque leva até 15 dias para a vacina fazer efeito. Quanto antes, melhor”.

Vilela afirma que quase 50% dos integrantes do grupo de risco já foram vacinados contra a gripe

Meta – Segundo Marcelo Vilela, Campo Grande já alcançou quase 50% da meta de vacinação contra a gripe, volume superior ao registrado no ano passado –quando a Capital atingiu 80% da meta de vacinação.

Em 2017, o secretário pontuou que crianças estavam entre os grupos que menos vacinaram. Por esse motivo, reforçou o pedido para que tanto elas como os idosos tenham atenção especial das famílias e recebam a medicação. “São os nossos principais públicos-alvos porque eles têm imunidade mais baixa”, reforçou Vilela.

A expectativa é de também convencer professores, que no ano passado ficaram abaixo da meta, a se vacinarem.

Coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Mariah Barros reforçou que todas as 66 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UBSFs de Campo Grande estarão abertas neste sábado, até as 16h45, exclusivamente para a vacinação contra a gripe. “É uma boa oportunidade para quem trabalha durante toda a semana e não tem como vir”, destacou.

Ela também espera que, neste sábado, a cidade ultrapasse a meta de 50% de vacinação dos grupos de risco –hoje em 47%. Para tanto, pede que os adultos levem as crianças, “que dependem do responsável para virem ser vacinadas”.

UBSF do Noroeste registrou boa procura por vacinas no início do Dia D

Mariah salienta que a campanha nacional vai até 1º de junho, não havendo até aqui previsão de que a ação será prorrogada pelo Ministério da Saúde. Após essa data, caso haja sobras de vacinas, a imunização será aberta para toda a população até que os estoques sejam esgotados. “Por isso é importante que os integrantes dos grupos de risco usem essas duas semanas que faltam para se vacinarem”.

Quem pode – As unidades básicas de saúde da Capital abrem neste sábado exclusivamente para a vacinação contra a gripe, que por sua vez é direcionada a grupos de risco previamente definidos pelo Ministério da Saúde.

As vacinas são destinadas a idosos com 60 anos ou mais, professores, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) e gestantes, crianças maiores de 6 meses e menores de 5, trabalhadores da saúde, pacientes com comorbidades, indígenas, população privada de liberdade (presos ou adolescentes sob medidas socioeducativas) e funcionários do sistema prisional.

A população do grupo de risco será imunizada contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circulam –A/H1N1; A/H3N2 e influenza B. Para receber a dose, é necessário apresentar o Cartão Nacional de Saúde ou prontuário da rede de saúde de Campo Grande (sistema Hygia), documento pessoal de identificação e a caderneta de vacinação (caso tenha).

Profissionais de saúde devem levar também a carteira de conselho ou holerite; enquanto gestantes e puérperas precisam apresentar cartão da gestante, laudo médico ou exames com identificação; e os indígenas o cadastro na Sesai (Secretaria de Saúde Indígena).

Nos siga no